Vice-campeão da GP2 encerra treinos com a Honda e termina seu primeiro dia completo na F-1 a 3 décimos de Button

Brasileiro afirma que está pronto para estrear na categoria e que não quer ser piloto de testes para não ficar muito tempo sem guiar

TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Bruno Senna concluiu ontem em Barcelona seu primeiro dia completo a bordo de um F-1. Agora, em suas palavras, só há uma coisa a ser feita: esperar por uma definição da Honda, que realizou nos últimos três dias uma espécie de vestibular com ele e Lucas di Grassi.
"Não tem muito mais o que fazer. A equipe já avisou que vai falar com a gente na semana que vem", disse o brasileiro ontem por telefone, antes de embarcar para Londres, onde vive.
"Não tenho pressa, mas acho que a definição vai sair logo. Agora vou voltar à fábrica da Honda na próxima semana para terminar alguns trabalhos no simulador, comparar os resultados dos treinos e concluir as reuniões com os engenheiros, que foram muito corridas."
Ontem, o piloto brasileiro completou 107 voltas no circuito espanhol e ficou com o oitavo melhor tempo do dia entre os 13 que testaram -o alemão Sebastian Vettel, que faz sua estréia na Red Bull, foi o mais veloz pelo segundo dia seguido.
Bruno ficou a menos de três décimos de Jenson Button, que ficará na Honda em 2009, e sua melhor volta (1min21s676) foi mais de seis décimos melhor que o tempo feito anteontem por Di Grassi (1min22s283), que não testou ontem.
"Estou bastante contente com o trabalho que realizei, não tive problemas com o carro, que esteve bastante consistente, e a equipe foi muito profissional comigo, me deu oportunidade para tirar minhas dúvidas e me deixou bastante à vontade", disse Bruno, vice-campeão da GP2 neste ano.
"É difícil dizer se estou preparado para estrear na F-1, mas acho que sim. Há tantas variáveis técnicas na F-1 que é difícil prever. Mas se você considerar velocidade pura, quanto mais eu andei, mais rápido fui ficando. Acho que o mais importante deste teste é que agora já sei o que preciso fazer quando tiver outra oportunidade", disse.
E quando seria esta nova oportunidade então? Bruno ri e desconversa. "Não sei. Mas tenho certeza de que tenho muito trabalho pela frente."
Como sua idéia é correr no ano que vem, o piloto mantém conversas com a Toro Rosso, único time que, como a Honda, ainda não definiu sua dupla.
O time italiano, porém, exige dinheiro de quem quiser um cockpit e testou outros três pilotos nestes três dias em Barcelona: Sébastien Bourdais, que correu com a equipe neste ano, Sébastien Buemi, piloto de testes da Red Bull, e Takuma Sato.
"Não quero fechar nenhuma porta neste momento, mas minha prioridade é a Honda, que me deu minha primeira chance de testar um F-1", disse Bruno.
"Tenho algumas coisas engatilhadas caso não dê certo, porque minha idéia é correr, já que piloto de teste hoje quase não anda e a pior coisa que tem é ficar muito tempo parado."


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