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análise
Um clube à flor da pele
PAULO VINICIUS COELHO
COLUNISTA DA FOLHA
A REFLEXÃO foi feita por dirigente do
Palmeiras, no início da crise: "Trocar de
técnico no meio do campeonato é um desastre".
Ele não discordava da
atuação de sua diretoria.
Só avaliava com lucidez o
que ocorreu de 20 de junho, quando o presidente
Belluzzo demitiu Luxemburgo, a 20 deste mês.
De lá para cá, tudo no
Palmeiras foi emocional.
Por que Luxemburgo foi
demitido? Porque Belluzzo se irritou com a quebra
de hierarquia, ao ouvir o
técnico falar que Keirrison
não jogaria mais pelo Palmeiras. Ficou subentendido que o técnico jogou o
patrimônio do clube no lixo. Pois, há dois dias, a direção fez o mesmo, ao demitir Obina e Maurício.
Entre os dois extremos,
o Palmeiras segurou os
atletas e trouxe Vagner
Love e Muricy Ramalho.
Sinais de ambição.
Elogiada por mim em 30
de agosto, a atuação do
Palmeiras foi perfeita ao
trazer Muricy. Ocorre que
o treinador significava a
ruptura do time com seu
estilo. O clube confiou a
Luxemburgo montar o
elenco. Ele fez um time de
toque de bola e velocidade.
Com Jorginho e o mesmo
jeito de jogar, os resultados foram melhores. Ao
chegar, Muricy representava duas coisas: 1) ambição; 2) o estilo oposto ao
do velho técnico.
Podia dar certo, mas o
ônus era o time não se
adaptar ao seu novo jeito
de jogar e os resultados
minguarem. Aconteceu.
O fiasco trará cobrança
para a sequência de Muricy, em 2010. Ele montará
seu time, mas direção e
torcida irão cobrá-lo com a
mente nos erros de 2009.
Felipão viveu caso similar em 98, após ser humilhado no Paulista pelo São
Paulo. Sobreviveu, ganhou
Copa do Brasil e Libertadores. Dessa época, o Palmeiras deve herdar os pés
no chão. Hoje tal característica não existe no clube.
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