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São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 2003

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FUTEBOL

Depois de perder atletas em 2003, clube assegura recompensa em 2004

Corinthians se arma para coibir ou lucrar com êxodo

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem dinheiro em caixa para fazer grandes contratações, o Corinthians assumiu de vez o papel de vitrine para jogadores que estavam em equipes médias e pequenas ou até parados.
Mas agora o clube se armou para obter lucro com quem usar o time para conseguir uma transferência mais vantajosa.
Os corintianos conseguiram uma porcentagem dos direitos federativos de parte dos sete reforços apresentados ontem.
As novidades são o volante colombiano Rincón, os meia-atacantes Adrianinho (ex-Ponte Preta), Samir (ex-Vitória) e Dinelson (ex-Guarani), o lateral-esquerdo Julinho (ex-Paulista), o meia Rodrigo (ex-Everton-ING) e o atacante Rafael Silva (ex-Guarani).
Ao negociar com esses atletas, o clube tentou evitar a repetição de casos como o de Liedson, que em 2003 deixou o Corinthians sem dar nenhum centavo. Uma cláusula contratual permitia a saída.
O zagueiro Fábio Luciano e o meia Jorge Wagner também saíram sem dar praticamente nada.
"Nem aceitei conversar com jogadores que queriam o direito de sair a qualquer momento. Para usar a nossa vitrine, o atleta tem que nos dar uma boa participação em seus direitos federativos", disse Francisco Papaiordanou, um dos vice-presidentes corintianos.
Dinelson e Rafael Silva têm até três anos para se valorizarem. Se sair antes desse prazo, cada um terá de pagar R$ 10 milhões, em caso de negociação com outro time brasileiro, ou US$ 5 milhões, se forem para o exterior.
O Corinthians pode até abrir mão dessa multa em troca de receber 40% do valor das transferências. Os outros 60% vão para o empresário dos dois, Wagner Ribeiro, já que eles se desvincularam do Guarani na Justiça.
Os corintianos receberão 40% se Julinho for negociado.
Adrianinho assinou por um ano, com opção de renovação por mais dois. Para renovar, o clube terá de adquirir seus direitos federativos por R$ 880 mil, pagos só em 2005. Em 2004, o clube daria apenas um sinal de R$ 100 mil, referentes a R$ 1 milhão, valor total dos direitos federativos.
Para assegurar uma parcela do vínculo agora, a diretoria vai pagar R$ 120 mil em dez parcelas, a partir do próximo mês. Se ele for vendido no ano que vem, o Corinthians vai receber 40% do valor.
Com o argumento de que os atletas ganharão projeção, o clube acertou salários considerados baixos em equipes grandes. Adrianinho receberá R$ 25 mil mensais.
"Praticamente não existe diferença entre o que eu ganhava e o que vou ganhar. Fiz um investimento", declarou Samir.
Rincón, parado há dois anos, assinou até o final de 2004. "Sentia saudades do futebol", disse.
Rodrigo vai enfrentar uma briga com o Botafogo, que ainda reivindica seus direitos federativos.


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