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ATLETISMO
Atletas farão teste para novo esteróide anabólico
São Silvestre é primeira prova no Brasil com antidoping para THG
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais tradicional prova de rua
do país, a São Silvestre será o primeiro evento esportivo do Brasil
com teste antidoping para o THG.
O evento, disputado no dia 31, terá sua 79ª edição neste ano.
"Vamos fazer os exames para
seguir as normas internacionais",
conta Eduardo de Rose, responsável pelo antidoping da São Silvestre, referindo-se às regras da Wada (Agência Mundial Antidoping), que já colocou a droga na
lista das substâncias proibidas.
O novo esteróide anabólico teve
sua descoberta anunciada oficialmente há dois meses pela Usada
(Agência Antidoping dos EUA).
Os exames da São Silvestre serão feitos pelo Ladetec, laboratório do Rio que é credenciado pelo
Comitê Olímpico Internacional.
No entanto, o instituto de pesquisa carioca não conta com tecnologia capaz de detectar o THG e
a EPO (eritropoietina), substância
que estimula a produção de glóbulos vermelhos, ajudando a melhorar a oxigenação sanguínea.
Por isso, as amostras coletadas
também serão enviadas ao laboratório de Paris, um dos poucos
no mundo que estão habilitados
para realizar esses exames.
"O processo todo deve demorar
três semanas", disse De Rose.
Dez atletas passarão por controles na prova de São Paulo. "Nossa
intenção é testar os cinco primeiros colocados do masculino e do
feminino", conta o médico.
Há dois anos, a corrida paulistana também inovou ao se tornar a
primeira prova oficial do país a fazer controle para EPO, droga largamente disseminada no ciclismo. A substância também é utilizada por competidores que participam de provas de resistência,
como é o caso da São Silvestre.
Para o THG, porém, a expectativa é que de não haja nenhum caso
positivo em São Paulo. "O uso
dessa substância, pelos casos conhecidos até aqui, foi muito restrito aos atletas que treinavam na
Califórnia. Além disso, os esteróides anabólicos são mais utilizados
por atletas que disputam provas
de velocidade", aponta De Rose.
Anunciada com estardalhaço
em outubro, a descoberta do THG
ainda não rendeu muitos casos
positivos. Até agora, o atletismo
teve só quatro competidores flagrados para a droga: o inglês
Dwain Chambers (100 m) e os
norte-americanos Kevin Toth
(arremesso de peso), John McEwen (lançamento de martelo) e
Regina Jacobs (1.500 m).
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