São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

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mar vermelho

Porto Alegre fica colorado com 600 mil

Chegada de jogadores do Internacional, campeão mundial de clubes, pára cidade, que festeja por quatro horas e meia

Clemer e Fernandão são os líderes da comemoração, que começa no aeroporto e acaba no Beira-Rio, onde torcida invade o gramado

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Cerca de 600 mil pessoas, segundo estimativa da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, participaram ontem, em Porto Alegre, da festa do Internacional pela conquista do Mundial de Clubes da Fifa, no Japão.
O time ganhou o título no domingo, ao bater o Barcelona por 1 a 0, no Japão.
Jogadores e dirigentes do Inter passaram pela multidão em carros do Corpo de Bombeiros durante trajeto de 25 km da base aérea de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, ao Beira-Rio.
No estádio, os campeões mundiais foram recepcionados por cerca de 50 mil pessoas, em uma festa com shows musicais e volta olímpica.
"Nunca vi isso: 50 mil em um estádio e nem tem jogo", disse o zagueiro Fabiano Eller, que pode sair do time- tem proposta do Fluminense. Aos gritos, a torcida pediu que ele ficasse.
Como a população de Porto Alegre é de 1,4 milhão de habitantes, é possível dizer que quase metade da cidade recepcionou os jogadores. A capital gaúcha praticamente parou, e a imagem das ruas era de um vermelho contínuo.
A festa durou mais de quatro horas. Começou na chegada da delegação a Porto Alegre, por volta das 13h, e durou até as 17h30 quando o público começou a deixar o Beira-Rio.
Torcedores chegaram a invadir o gramado do estádio durante a comemoração. O goleiro Clemer teve de proteger a taça do Mundial, pois todos queriam tocá-la.
Após mais de 35 horas de vôo de Tóquio, alguns atletas tomaram energéticos para conseguir acompanhar os festejos.
Antes de pousar, o avião sobrevoou Porto Alegre e o Beira-Rio. Os 50 mil torcedores presentes acenaram.
Na saída do avião, Clemer e o meia-atacante Fernandão, líderes da equipe que puxavam as comemorações, levaram a taça até perto da torcida, em um gesto de aproximação que se repetiu durante toda a tarde. Várias pessoas disputaram os jogadores para fotos.
Para garantir a segurança, 2.200 policiais rodoviários, civis e militares acompanharam a festa do início ao fim. Não houve incidentes graves.
Na base aérea de Canoas, o governador do Estado, Germano Rigotto (PMDB), homenageou cada integrante da delegação colorada com a Medalha Mérito Rio-Grandense.
Durante a celebração, os jogadores já previam que viraram o time a ser batido, ao ganharem o título mundial. "Se manter no topo é difícil. Todo mundo vai querer tirar uma casquinha", analisou Fernandão.
O presidente do Inter, Fernando Carvalho, que deixa o cargo no em janeiro, admitiu que deve negociar um ou dois jogadores. É a política do clube.
"Mas vamos fazer reposições. Não faremos grandes gastos. Mas os jogadores vão se tornar grandes aqui, como já ocorreu", explicou ele.
Ou seja, o Inter aposta na sua atual fórmula vitoriosa para se manter no topo.


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