São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

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"Cardeal da bola" sugere time do Vaticano e depois diz que tudo é só fantasia

DA REPORTAGEM LOCAL

O gosto de Tarcisio Bertone pelo futebol é antigo. Antes de se tornar secretário de Estado do Vaticano, o cardeal era habitué nos estádios da Itália e chegou até a comentar partidas para TVs e rádios locais.
No último domingo, voltou a falar de bola ao anunciar a criação da Copa Clerical, um torneio entre religiosos que será disputado a partir de 2007. O discurso corria dentro da normalidade até que Bertone aventou um antigo sonho: a criação de uma equipe de futebol profissional financiada pela Igreja Católica.
"Não descarto que, no futuro, o Vaticano possa montar uma equipe de grande valor, que pode estar à altura de Roma, Inter de Milão e outras."
A repercussão foi imediata. A mídia do país relatava o surgimento de "uma nova força" e registrou que Giovanni Trapattoni, que já treinou a seleção italiana e times como Milan e Juventus, teria intenção de assinar como técnico.
O principal motivo para o alarido está na conta bancária. O orçamento anual da Santa Sé é de cerca 200 milhões (aproximadamente R$ 562 milhões). E a fonte dos recursos, baseadas em ações, títulos e doações que vêm das dioceses espalhadas pelo mundo, seria potencializada com patrocínios.
O próprio Bertone precisou vir à público para pôr fim às especulações. Ontem, em programa veiculado na rádio do Vaticano, informou que a hipótese da criação do time é irreal. "Tudo não passou de divertimento e fantasia, que podem alegrar alguns, talvez ocupar meia página de jornal."
O futebol vai continuar sendo um tema importante para a Igreja, completou o cardeal, mas apenas com o incentivo à criação de equipes amadoras. "Um bom número de times já se formaram, com os jogadores ocupando o tempo livre de maneira fraternal, divertindo também seus filhos e parentes. Esse é o clima esportivo que respiramos no Vaticano."


Com agências internacionais

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