São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

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RÉGIS ANDAKU

Adeus, temporada


Deste ano, levaremos boas lembranças de Federer e Agassi; o tênis nacional nós queremos apenas esquecer


A PESQUISA de fim de ano do site Tenisbrasil não ousa nem perguntar quem foi o melhor da temporada. Já vai direto para "Qual o feito mais espetacular de Roger Federer em 2006". São vários.
Desde ser o primeiro a ganhar US$ 8 milhões em um ano até o recorde de pontos no ranking e na Corrida, passando pelas quatro finais de Grand Slam. Mais que isso, o feito mais espetacular foi ir à final em 16 dos 17 torneios que disputou.
O melhor jogo foi uma das finais que Federer perdeu. Simbólico que a derrota tenha sido para o único que o incomodou: Rafael Nadal. O ano foi tão "de Federer" que o jogo mais emocionante foi aquele em que Nadal suou, jogou como nunca, salvou match point e tirou do suíço em cinco sets o Masters Series de Roma.
A surpreendente campanha de Nadal, homem do saibro, na grama valeu a Wimbledon o título de grande torneio de 2006. A Marcos Baghdatis o de revelação da temporada, e a Nikolay Davidenko, o de jogador que mais evoluiu.
Também foi o ano em que vimos pela última vez uma cena a que estávamos (muito bem) acostumados: Andre Agassi corre para a rede, abaixa a cabeça, reverenciando a torcida, distribui beijos. Desta vez, o careca não escondeu nem evitou o choro. Foi o ano em que Agassi parou para sempre. Nossa vez de chorar.
O feminino teve como melhor tenista a belga Justine Henin. Quieta, chegou à final dos quatro Grand Slams. Mesmo que tenha levantado o troféu só em Roland Garros, não é pouco. Ganhou os jogos que precisava ganhar, nas horas certas, e fechou o ano na liderança do ranking. Ainda que Amelie Mauresmo tenha protagonizado a maior surpresa do ano, ao faturar dois Grand Slams.
O tênis feminino também deixou dois feitos importantes: o retorno de Martina Hingis, que se colocou entre as oito melhores do ano, e o sumiço de Venus Williams, grande decepção da temporada -aliás, representativo do triste fim do império americano entre as mulheres, que pela primeira vez desde que o ranking foi criado fica fora do top ten. Também simbólico que, sobre tênis nacional, a pesquisa fale mais de 2007 do que de 2006. Este foi definitivamente um ano a ser esquecido.
Qual a maior decepção? Marcos Daniel, que não se manteve no top 100, a frustrante volta de Guga no Brasil Open, o vexame da organização da Davis em Minas Gerais ou o fato de terminar o ano sem top 100?
Fica a gosto do cliente. E em quem apostar em 2007? Flávio Saretta, Gustavo Kuerten, Rogério Silva, Ricardo Mello ou Thiago Alves? Qual a principal esperança nacional? Caio Zampieri, Nicolas Santos, Ricardo Hocevar, Rogério Silva ou Thomas Bellucci? E, no feminino, qual brasileira da nova geração tem mais chance de evoluir? Larissa Carvalho, Nathalia Rossi, Roxane Vaisemberg, Teliana Pereira ou Vivian Segnini?
Respostas honestas: em branco.

EM 2007
Quem tem mais chances de entrar no top ten? Chegará a vez de Andy Murray? E com quem você se casaria? Daniela Hantuchova ou Maria Sharapova? Até as 20h de hoje ainda dá para votar, em www.tenisbrasil.com.br.

COMENDO PELA BORDA
Lleyton Hewitt já se candidatou a derrubar Federer em 2007. "Acredito que sou um dos caras que têm chance." Richard Gasquet derramou elogios a Federer e Nadal, mas disse que falta a eles "a aura" que Sampras e Agassi tinham de sobra.

BATATA QUENTE
Saretta e Mello apoiaram a saída de Meligeni da CBT e criticaram a direção. "Cada vez me convenço mais de que deveríamos ter um atleta lá [no comando]", disse Fininho. Seria ele próprio o homem?

reandaku@uol.com.br


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