São Paulo, domingo, 20 de dezembro de 2009

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JUCA KFOURI

Pedro, a pedra. E Messi, the best


Dois meninos levaram a bela equipe catalã ao título que faltava na galeria do Camp Nou, em Barcelona


O BARCELONA , enfim, conseguiu. Depois de ser barrado pelo São Paulo, que lhe era mesmo superior, e pelo Inter, que não era, eis que o time catalão não deixou que o Estudiantes aprontasse nova surpresa.
Dois meninos, de 22 anos, são os maiores responsáveis pela façanha.
Pedro Ledesma, espanhol de Tenerife, entrou no começo do segundo tempo para, no fim, empatar um jogo que parecia perdido e levá-lo para a prorrogação.
O Estudiantes marcou seu gol no primeiro tempo e marcou o Barça com rara competência até o empate, a um minuto do fim. Mortos de cansaço, na prorrogação os argentinos cederam diante da superioridade dos catalães, que sofreram coisa que sirva, mas mereceram o título que veio aos 5min do segundo tempo.
E não fosse pelo também menino, mas argentino, Lionel Messi, o melhor jogador do mundo na atualidade, talvez o Barça nem chegasse à finalíssima, tamanha a dificuldade que encontrou na semifinal, contra o Atlante, até que o pequeno gênio entrasse em campo e resolvesse.
Messi é um jogador à antiga.
Nada mediático, faz com a bola apenas o necessário, seja ao tocá-la de primeira com espantosa capacidade de antever a jogada, seja ao prendê-la, acariciá-la e fazê-la percorrer caminhos insuspeitados pelos mortais. Messi dribla em direção ao gol e finaliza com rara eficácia. Nada do que faz parece planejado, embora o resultado de seu trabalho tenha todos os contornos do previamente arquitetado e desenhado.
Que o digam seus compatriotas do Estudiantes, que ainda não o viram fazer com a camisa argentina nem a metade do que faz com a catalã, embora tenha jogado a finalíssima mais à moda da casa do que fora dela, ferrenhamente marcado.
Só que foi dele o gol do título, no peito e na raça, ao se aproveitar de um cruzamento de Daniel Alves.

Torcida
Quem sempre teve Roque Citadini como um raro exemplo de cartola decente torce para que, de fato, como ele garante, não haja nenhum tostão relacionado à sua pessoa, citada na Operação Castelo de Areia. O presidente do Cori corintiano explica que seu nome aparece porque foi dele a autoria da transformação, em 1994, de contratos em cruzeiros para reais, uma "operação delicada", segundo conta, e que, se beneficiou a empreiteira Camargo Corrêa, "beneficiou também todas as demais, à época".
Ouvido pela coluna, o repórter Flávio Ferreira, autor da reportagem nesta Folha que revelou mais um caso nebuloso que envolve políticos e empresários de grande porte, confirma que, "por enquanto", não há denúncia de recebimento de propina que cite Citadini, do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
Oxalá não seja só por enquanto.

Homenagem
Amanhã, no Maracanã, com a presença do presidente Lula, às 17h, será inaugurada a estátua de João Saldanha, escultura do cartunista Ique, que imortaliza um dos gênios da raça brasileira.
Segundo uma das irmãs do grande João, a obra capturou a alma do jornalista. E é verdade.

blogdojuca@uol.com.br

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