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TÊNIS
Novíssimo mundo
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Quando o Aberto da Austrália começou a ser disputado,
no distante 1905, ele já rolava em
Melbourne, uma bela cidade ao
sul do país dos cangurus com forte influência inglesa e um porto
do qual sai um navio bem bacana
para a Tasmânia. Naquela época,
o torneio era jogado no Warehouseman's Cricket Ground e tinha
um nome equivalente a "Aberto
da Australásia".
Em 1922, as mulheres começaram a disputar a competição.
Cinco anos mais tarde, virou um
Campeonato Australiano. Assim
ficou até 1969, quando, com o tênis em alta, voltou a ser um Aberto da Austrália.
Em crescimento, a Associação
de Tênis da Austrália decidiu que
o evento estava grande demais
para aquela área no Warehouseman's Cricket Ground. Ele passou, então, a ser disputado no
Kooyong Lawn Tennis Club.
Nos anos 80, com o tênis vivendo um de seus pontos altos, o governo entrou na parada e resolveu construir um grande complexo, o antes conhecido como Flinders Park, inaugurado em 1986,
reformado em 1995 (porque o
evento não parava de crescer) e
que, desde então, passou a se chamar Melbourne Park.
O "problema" é que o Aberto da
Austrália, principalmente nos
anos 80, cresceu mais do que o tênis, mais do que o interesse por esse Grand Slam. Virou um "elefante branco", tanto para organizadores como para tenistas.
E aí apareceu o problema: onde
meter esse grande elefante branco? Inicialmente disputado em janeiro, o Aberto da Austrália foi
movido para dezembro. Isso em
1977, ano em que aconteceram
duas edições do torneio.
Nove anos depois, viu-se que o
Aberto da Austrália virava o
Fiasco da Austrália. E o torneio,
então, voltou para janeiro. Por isso, em 1986 não houve um Aberto.
O calendário era, sim, um motivo para o torneio deixar de emplacar como um autêntico Grand
Slam. Mas haviam outros...
Primeiro, o país é muito longe.
Não só daqui, mas dos EUA, da
Europa, de qualquer lugar, a não
ser Vanuatu ou das Ilhas Cook.
Segundo, porque o prêmio não
era também dos mais gordos. Era
suculento; mas o que era mais um
pouquinho para quem já tinha
tanto? Tinha o calor insuportável,
tinha o pouco público, tinha sempre um tenista que não ia e desestimulava os outros...
A organização, então, por necessidade, mudou. Passou a ouvir
mais os tenistas e a querer fazer
do Aberto da Austrália um Grand
Slam de verdade. Primeiro passo,
aumentar a premiação, lógico.
Depois, incrementar as ações para levar mais público aos jogos.
Por outro lado, viu a tradição
de Wimbledon incomodar os especialistas no saibro. Viu também
a chuva e os chatos torcedores nova-iorquinos não darem paz aos
tenistas por duas semanas.
Sim, não deu para diminuir a
distância, nem mudar a época do
ano, tampouco eliminar o calor.
Mas, hoje, com bastante gente nas
arquibancadas, com quadras bonitas e bem cuidadas, com um
polpudo cheque no caixa e pontos
importantíssimos no ranking, o
Aberto da Austrália finalmente
decolou. Sorte nossa.
Início promissor
A paulista Jenifer Widjaja conquistou o título dos 18 anos da primeira etapa do Circuito Cosat, em Caracas (Venezuela). No masculino,
Thomaz Belluci perdeu do alemão Jamie Baker e foi vice-campeão.
Vendas abertas
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Mais uma chance
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E-mail reandaku@uol.com.br
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