São Paulo, quarta-feira, 21 de janeiro de 2004

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TÊNIS

Novíssimo mundo

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Quando o Aberto da Austrália começou a ser disputado, no distante 1905, ele já rolava em Melbourne, uma bela cidade ao sul do país dos cangurus com forte influência inglesa e um porto do qual sai um navio bem bacana para a Tasmânia. Naquela época, o torneio era jogado no Warehouseman's Cricket Ground e tinha um nome equivalente a "Aberto da Australásia".
Em 1922, as mulheres começaram a disputar a competição. Cinco anos mais tarde, virou um Campeonato Australiano. Assim ficou até 1969, quando, com o tênis em alta, voltou a ser um Aberto da Austrália.
Em crescimento, a Associação de Tênis da Austrália decidiu que o evento estava grande demais para aquela área no Warehouseman's Cricket Ground. Ele passou, então, a ser disputado no Kooyong Lawn Tennis Club.
Nos anos 80, com o tênis vivendo um de seus pontos altos, o governo entrou na parada e resolveu construir um grande complexo, o antes conhecido como Flinders Park, inaugurado em 1986, reformado em 1995 (porque o evento não parava de crescer) e que, desde então, passou a se chamar Melbourne Park.
O "problema" é que o Aberto da Austrália, principalmente nos anos 80, cresceu mais do que o tênis, mais do que o interesse por esse Grand Slam. Virou um "elefante branco", tanto para organizadores como para tenistas.
E aí apareceu o problema: onde meter esse grande elefante branco? Inicialmente disputado em janeiro, o Aberto da Austrália foi movido para dezembro. Isso em 1977, ano em que aconteceram duas edições do torneio.
Nove anos depois, viu-se que o Aberto da Austrália virava o Fiasco da Austrália. E o torneio, então, voltou para janeiro. Por isso, em 1986 não houve um Aberto.
O calendário era, sim, um motivo para o torneio deixar de emplacar como um autêntico Grand Slam. Mas haviam outros...
Primeiro, o país é muito longe. Não só daqui, mas dos EUA, da Europa, de qualquer lugar, a não ser Vanuatu ou das Ilhas Cook. Segundo, porque o prêmio não era também dos mais gordos. Era suculento; mas o que era mais um pouquinho para quem já tinha tanto? Tinha o calor insuportável, tinha o pouco público, tinha sempre um tenista que não ia e desestimulava os outros...
A organização, então, por necessidade, mudou. Passou a ouvir mais os tenistas e a querer fazer do Aberto da Austrália um Grand Slam de verdade. Primeiro passo, aumentar a premiação, lógico. Depois, incrementar as ações para levar mais público aos jogos.
Por outro lado, viu a tradição de Wimbledon incomodar os especialistas no saibro. Viu também a chuva e os chatos torcedores nova-iorquinos não darem paz aos tenistas por duas semanas.
Sim, não deu para diminuir a distância, nem mudar a época do ano, tampouco eliminar o calor. Mas, hoje, com bastante gente nas arquibancadas, com quadras bonitas e bem cuidadas, com um polpudo cheque no caixa e pontos importantíssimos no ranking, o Aberto da Austrália finalmente decolou. Sorte nossa.

Início promissor
A paulista Jenifer Widjaja conquistou o título dos 18 anos da primeira etapa do Circuito Cosat, em Caracas (Venezuela). No masculino, Thomaz Belluci perdeu do alemão Jamie Baker e foi vice-campeão.

Vendas abertas
Quem vai até a Bahia ver o Torneio da Costa do Sauípe já pode comprar ingressos. Os bilhetes estão à venda pela Ticketmaster (www.ticketmaster.com.br ou 11-6846-6000).

Mais uma chance
A organização do Torneio da Costa da Sauípe confirmou para o Guarujá, entre 2 e 8 de fevereiro, o segundo qualifying nacional. O vencedor ganha um convite para entrar direto na chave do ATP Tour.

E-mail reandaku@uol.com.br


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