São Paulo, segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

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Clássico termina sem inspiração e sem gols

Santos e Palmeiras pouco criaram e jogadores preferiram exaltar a raça na Vila

Santos 0
Palmeiras 0

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Cercado pelos santistas Evaldo, Adriano e Marcinho, o palmeirense Valdivia tenta jogada na partida de ontem, na Vila Belmiro

TONI ASSIS
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

A chuva incessante, o campo pesado e o público de pouco mais de 10 mil pessoas foram um aviso prévio do futebol de pouca inspiração exibido ontem na Vila Belmiro.
E o empate de 0 a 0 acabou virando consenso entre os próprios jogadores, que preferiram exaltar a raça demonstrada no campo.
"Nas circunstâncias do jogo, o empate foi bom. A chuva atrapalhou um pouco, mas não podemos esquecer que foi um clássico. Um ponto aqui na Vila Belmiro contra o Santos é sempre valioso", afirmou o lateral-esquerdo Leandro.
"O primeiro tempo foi difícil, mas na segunda etapa melhoramos. Criamos até chances. Mas o resultado acabou sendo justo para os dois times", falou Marcinho Guerreiro.
Com apenas um ponto na classificação, perdeu na estréia para a Portuguesa, o Santos enfrenta o Juventus em Santo André na quinta-feira.
Com quatro pontos, o Palmeiras também atua como visitante e encara o Marília, na quarta-feira.
No clássico, nem mesmo a artimanha de Vanderlei Luxemburgo, que escalou o time em cima da hora com três atacantes -Makelele deu lugar a William- foi capaz de tornar o jogo interessante.
"Fiz a alteração também para mexer com a equipe deles. Tínhamos três homens na saída de bola. Poderíamos ter matado o jogo no primeiro tempo, mas não o fizemos. No segundo tempo a alteração que fiz [Makelele no lugar de Luiz Henrique] não deu o resultado esperado", disse o técnico do Palmeiras.
O Santos, acuado pela derrota na estréia e também por não contar com o lateral-esquerdo Kléber, jogou como um visitante em plena Vila Belmiro.
E apesar de ainda não ter vencido no Paulista, Leão preferiu os elogios a criticar sua equipe. "Os jogadores estão de parabéns e se dedicaram ao máximo", completou o treinador santista ao fim do jogo.
Na primeira etapa, as chances de gols foram raras. O Palmeiras quase marcou num chute fortuito de Alex Mineiro que tentou um cruzamento e quase surpreendeu Fábio Costa, e também num recuo errado do zagueiro Evaldo que Luiz Henrique quase aproveitou.
O Santos teve a sua grande oportunidade no final do primeiro tempo, quando Adriano, Rodrigo Tabata e Kléber Pereira tiveram a chance de finalizar de dentro da área do Palmeiras, mas o toque a mais acabou matando a jogada, que acabou nas mãos de Diego Cavalieri.
O clássico passou a fazer justiça a sua tradição no começo do segundo tempo. De cara, Betão se atirou no chão para evitar o gol de Makelele. A resposta do Santos foi uma blitz ao gol do adversário, suficiente para acordar a torcida.
O jogo ganhou em movimentação no início, mas logo depois a partida voltou a ficar concentrada no meio-campo. O Santos, com Domingos no lugar do inseguro Evaldo, foi mais ousado. Mas nos contra-ataques, o Palmeiras soube quebrar o ritmo dos mandantes.
Com mais liberdade, o chileno Valdivia achou espaços para os atacantes chegarem nas bolas de penetração. Aos 32min, ele perdeu uma grande chance em chute da pequena área que Fábio Costa defendeu.
No final, com o placar de 0 a 0, os dois times ficaram mais preocupados em catimbar para ganhar uma falta próxima a área. Mas o juiz José Henrique de Castro levou o jogo até o final sem expulsar ninguém.


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