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Doping vira assunto principal do torneio
das agências internacionais
O Aberto da Austrália tem chamado mais atenção pelas discussões sobre doping no tênis do que
pelas disputas em quadra, já com o
brilho um pouco perdido, devido
às ausências de estrelas como Pete
Sampras, Marcelo Ríos, Carlos
Moyá e Alex Corretja.
Ontem, os principais dirigentes
do esporte combateram os comentários de tenistas que estariam prejudicando a imagem do tênis com
suas declarações sobre doping.
O assunto foi finalmente exposto
após o caso do tcheco Petr Korda,
defensor do título do Aberto da
Austrália, até então conhecido como o mais calmo entre os quatro
torneios do Grand Slam.
Korda foi pego no exame antidoping de Wimbledon, em julho, por
uso do anabolizante nandrolona.
Não foi suspenso por um ano,
conforme previsto pelas regras da
Federação Internacional de Tênis
(ITF), por circunstâncias excepcionais, de acordo com o Comitê
Independente Antidoping que julgou o caso.
Korda acabou só perdendo os
pontos e o dinheiro recebidos em
Wimbledon e a confiança de vários
colegas do circuito.
Brian Tobin, presidente da ITF,
negou que o esporte esteja enfrentando um grande problema de doping, como afirmou o ex-líder do
ranking Jim Courier, anteontem.
Courier, dos EUA, questionou
sobretudo o sistema antidoping
atual, dizendo-se mais preocupado com o doping por meio do sangue, que não pode ser detectado
pela urina e estaria sendo usado.
O australiano Patrick Rafter limitou-se a dizer que o tênis será
condenado pelo uso de drogas.
"Não posso aceitar afirmações
de que o esporte esteja sendo morto por causa de fraudes e doping.
São casos isolados", disse Tobin.
"Fazemos testes há dez anos e só
me lembro de uns seis ou sete casos positivos, entre mais de mil
exames por ano", completou.
Mark Miles, presidente da Associação dos Tenistas Profissionais,
disse que as declarações de Courier são imprecisas e podem ferir a
imagem do esporte.
"Não vamos pedir para os jogadores não fazerem comentários,
nem iniciar uma caça às bruxas no
tênis. Mas é inapropriado para os
jogadores colocar nuvens sobre
seu esporte sem provas", afirmou
o dirigente.
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