São Paulo, quinta, 21 de janeiro de 1999

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Doping vira assunto principal do torneio

das agências internacionais

O Aberto da Austrália tem chamado mais atenção pelas discussões sobre doping no tênis do que pelas disputas em quadra, já com o brilho um pouco perdido, devido às ausências de estrelas como Pete Sampras, Marcelo Ríos, Carlos Moyá e Alex Corretja.
Ontem, os principais dirigentes do esporte combateram os comentários de tenistas que estariam prejudicando a imagem do tênis com suas declarações sobre doping.
O assunto foi finalmente exposto após o caso do tcheco Petr Korda, defensor do título do Aberto da Austrália, até então conhecido como o mais calmo entre os quatro torneios do Grand Slam.
Korda foi pego no exame antidoping de Wimbledon, em julho, por uso do anabolizante nandrolona.
Não foi suspenso por um ano, conforme previsto pelas regras da Federação Internacional de Tênis (ITF), por circunstâncias excepcionais, de acordo com o Comitê Independente Antidoping que julgou o caso.
Korda acabou só perdendo os pontos e o dinheiro recebidos em Wimbledon e a confiança de vários colegas do circuito.
Brian Tobin, presidente da ITF, negou que o esporte esteja enfrentando um grande problema de doping, como afirmou o ex-líder do ranking Jim Courier, anteontem.
Courier, dos EUA, questionou sobretudo o sistema antidoping atual, dizendo-se mais preocupado com o doping por meio do sangue, que não pode ser detectado pela urina e estaria sendo usado.
O australiano Patrick Rafter limitou-se a dizer que o tênis será condenado pelo uso de drogas.
"Não posso aceitar afirmações de que o esporte esteja sendo morto por causa de fraudes e doping. São casos isolados", disse Tobin.
"Fazemos testes há dez anos e só me lembro de uns seis ou sete casos positivos, entre mais de mil exames por ano", completou.
Mark Miles, presidente da Associação dos Tenistas Profissionais, disse que as declarações de Courier são imprecisas e podem ferir a imagem do esporte.
"Não vamos pedir para os jogadores não fazerem comentários, nem iniciar uma caça às bruxas no tênis. Mas é inapropriado para os jogadores colocar nuvens sobre seu esporte sem provas", afirmou o dirigente.



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