São Paulo, quinta-feira, 21 de fevereiro de 2002

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FUTEBOL

Mesmo com um jogador a menos, time de Arapiraca obtém classificação fora de casa e tira rival na primeira fase

ASA elimina Palmeiras da Copa do Brasil

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

O modesto ASA de Arapiraca conseguiu a maior façanha de sua história. O Palmeiras, um dos maiores vexames. Em pleno Parque Antarctica, o bicampeão alagoano eliminou a equipe paulista da Copa do Brasil, mesmo com um jogador a menos desde os 15 minutos do segundo tempo.
Apesar de ter perdido o jogo por 2 a 1, o time de Arapiraca, que vencera a partida de ida por 1 a 0, jogando em casa, obteve a classificação para a segunda fase por ter feito um gol fora de casa.
Foi a primeira vez que o Palmeiras saiu na primeira fase em suas nove participações no torneio.
O fiasco de ontem lembrou o desempenho do clube na edição de 1994 da Copa do Brasil.
Naquele ano, o Palmeiras, treinado por Wanderley Luxemburgo, foi eliminado em casa pelo também modesto Ceará, só que na segunda fase da competição.
Talvez por isso, ontem, Luxemburgo tenha pedido a seus jogadores para tratar o ASA "como um time grande".
Como ele próprio fez, escalando três zagueiros, mesmo tendo de vencer a partida por dois gols de diferença -ou por 1 a 0 para levar a decisão aos pênaltis.
O temor do treinador não se justificou em campo. O ASA, nem de longe, parecia um time grande. O problema foi que o Palmeiras também não. Nervosos, os comandados de Luxemburgo pouco produziram. Sem criatividade, dependiam das cobranças de falta do lateral-direito paraguaio Arce. E foi assim que o time chegou ao primeiro gol. Aos 10min, ele levantou na área, e Galeano, de cabeça, abriu o placar.
Foi um alívio para o time, que já começava a ser pressionado por sua impaciente torcida.
Mesmo em desvantagem, o time alagoano tentava atacar o rival. Aos 15min, Sandro Mineiro quase empatou.
Já o Palmeiras continuava dependente da habilidade de Arce. Foi exatamente com ele que voltou a levar perigo ao gol do rival, aos 24min. O lateral deixou Itamar na cara do gol. O atacante chutou forte, mas o goleiro Márcio fez uma grande defesa.
Com Alex apagado, o time de Luxemburgo tinha dificuldades para criar e dependia de falhas do adversário para levar perigo.
Aos 32min, após rebote da defesa do ASA, Christian bateu de fora da área, mas a bola tocou na trave direita de Márcio.
O Palmeiras pagou caro pela falta de inspiração de seus jogadores. Aos 43min, Juninho invadiu a área pela direita, passou pelo palmeirense Adalto, e chutou. Marcos defendeu, e, no rebote, Sandro Goiano tocou para fazer 1 a 1.
Luxemburgo, então, resolveu abrir mão de seu esquema de jogo marcado pela cautela. Para a segunda etapa, sacou dois volantes -Fernando e Magrão- e colocou um meia, Fernandes, e um atacante, o colombiano Muñoz.
O time melhorou, mas foi o ASA que teve oportunidade de virar o jogo. Aos 2min, em um contra-ataque, Sandro Goiano perdeu chance incrível na cara de Marcos, que salvou o Palmeiras.
O time da casa respondeu à altura em cabeçada de Itamar, que Márcio conseguiu, com dificuldades, espalmar.
A situação melhorou para o Palmeiras aos 15min, quando Jânio foi expulso após cometer falta violenta em Muñoz. Com um homem a mais, a equipe acentuou a pressão sobre o rival. E chegou ao segundo gol com o estreante César, que aproveitou novo cruzamento de Arce pela direita.
A partir daí, o time perdeu seguidas oportunidades, com Alex, Itamar e Christian.
No final, até o goleiro Marcos foi até a área adversária para tentar o gol. Mas, mesmo demonstrando cansaço, o time alagoano se fechou na defesa e conseguiu segurar o resultado e garantir a classificação histórica.
O Palmeiras deixou o campo vaiado, e Luxemburgo, sob insistentes gritos de ""burro".
"Não tem explicação. O ASA se retrancou, e nós entramos no jogo deles", lamentou o goleiro Marcos assim que acabou o jogo.


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