São Paulo, domingo, 21 de fevereiro de 2010

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Sem dinheiro nem logística, torcida do restante da África será raridade

DA REPORTAGEM LOCAL

Além de provavelmente atrair número menor de europeus, a Copa-10 também deve ter poucos africanos de fora do país-sede. O baixo poder aquisitivo de habitantes do continente é o principal empecilho.
Na terceira fase de venda de ingressos, por exemplo, Botsuana era o país africano com maior número de entradas compradas, fora a sede. Foram 1.587. Moçambique tinha 1.142, e o Quênia, 785 bilhetes.
Para efeito de comparação, torcedores norte-americanos, bem mais distantes, haviam comprado 35 mil ingressos.
Nenhum país africano aparecia entre os dez que mais adquiriram bilhetes para a Copa nessa etapa da comercialização. E nenhuma das cinco nações africanas com times no Mundial (Gana, Nigéria, Costa do Marfim, Camarões e Argélia) é relatada nas listas da Fifa dos países com mais compradores.
Além da falta de dinheiro, também há dificuldades para transporte até a África do Sul, no caso dos países mais distantes dentro do continente.
Há alguns países em que é preciso adquirir passagens aéreas para a Europa para chegar à sede da Copa do Mundo.
Os africanos ainda sofrem com menos opções para a compra de ingressos do que torcedores de outras nações.
De todos os países do continente, só a Nigéria tem uma operadora de turismo credenciada pela Fifa para vender pacotes para o Mundial que incluem bilhetes das partidas.
A operadora Match, a quem a entidade deu os direitos de comercializar pacotes de luxo, possui poucos pontos de operação na África. Camarões é um dos poucos países que têm um revendedor desses programas.
De resto, os africanos precisam ligar para a África do Sul, ou até para a Europa, para adquirir esse tipo de pacote. (RM)


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