JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DO PAINEL FC

Se o São Caetano exige uma vaga na divisão de elite do Brasileiro, o Juventude, também.
Só que o time de Caxias montou uma estratégia diferente da equipe do ABC e anunciou que aceita disputar a segunda divisão. Mas com uma condição: que o campeonato tenha 20 e não 26 clubes.
Botafogo-RJ, Fluminense, Bahia, América-MG, Paraná e Botafogo-SP, colocados na chave de elite após o acordo para ""salvar o futebol brasileiro" feito entre Pelé, Ricardo Teixeira, presidente da CBF, Clube dos 13 e o ministro Carlos Melles (Esporte e Turismo), ficariam fora.
"O Botafogo-RJ teria sido rebaixado em 1999 junto com Botafogo-SP, Paraná e Juventude. Só não caiu porque ganhou indevidamente os pontos de um jogo contra o São Paulo, deixando o Gama entre os últimos. Mas se o Gama ganhou na Justiça sua vaga, o Botafogo deveria ter caído com os outros três", disse o advogado Paulo Goyaz, que está assessorando o Juventude, à Folha.
Segundo ele, não faz sentido a CBF colocar os outros três -os dois Botafogos e o Paraná- na primeira divisão e deixar o time gaúcho a ver navios.
No caso de Fluminense, Bahia e América-MG, como os três não estavam na Série A em 1999, o Juventude entende que existe motivo para eles serem içados ao grupo de elite. ""O fato é que, se os seis times continuarem na primeira divisão, o Juventude não abrirá mão de seus direitos. Caso saiam, aí tudo bem, ele fica na segunda divisão sem problemas."
Vice-presidente do Gama e responsável pelas ações do time do Distrito Federal na Justiça, que desembocaram na criação da Copa João Havelange, no ano passado, Goyaz diz que o Juventude não tem, a princípio, a intenção de ir às últimas instâncias.
""O objetivo é agir dentro da esfera esportiva. A primeira etapa será a negociação", afirmou.
Como o próprio Walter Dal Zotto, presidente da equipe de Caxias do Sul, não acredita que a CBF excluirá do torneio qualquer um dos seis times apontados pelo Juventude, o que ele espera é, diante da pressão, ser convidado a participar da divisão de elite.
Ontem ele lembrava que o Flamengo já sugeriu um campeonato com 28 times, os 26 propostos pela CBF mais São Caetano e Juventude. ""É uma possibilidade. O que não dá é para a gente ficar de lado e times como o Botafogo-SP e Paraná, que também caíram em 1999, participarem da festa."
Dal Zotto deve ir amanhã ao Rio, onde espera conversar com Ricardo Teixeira e apresentar, oficialmente, a posição do Juventude para a presidência da CBF.
Hoje, a viagem será para Brasília. Um grupo de políticos gaúchos, incluindo o prefeito Gilberto Pepe Vargas (PT), irá ao Congresso pedir apoio das CPIs sobre futebol para o time de Caxias.
Assim como Luiz Tortorello (PTB), prefeito de São Caetano do Sul, tem feito pressão contra a decisão da CBF de tirar o time do ABC do campeonato, o de Caxias tem reclamado muito desde o anúncio da exclusão do Juventude, na semana passada.


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