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Local serve de "escola" para criança carente
DA AGÊNCIA FOLHA
Em todo início de manhã e
fim de tarde durante os dias
de semana, as areias da praia
do Titanzinho ficam repletas
de crianças que realizam
uma dança chamada de "catá" ou "surfe imaginário". O
exercício é feito antes de elas
entrarem na água.
Elas fazem parte das três
escolinhas de surfe da praia
de Titanzinho, que atendem
a mais de cem crianças carentes da comunidade.
A maior e mais antiga, a
Escola Beneficente de Surfe
Titanzinho, já formou tantos
surfistas profissionais, entre
homens e mulheres, que o
fundador, João Carlos Sobrinho, 42, perdeu as contas.
Fera, como Sobrinho é
mais conhecido, faz questão
de citar o bicampeão mundial júnior Pablo Paulino,
além de outros competidores: André Silva, Antônio Eudes e Carlos Alexandre.
A escolinha abriga 40 alunos e conta com as doações
de amigos e entidades.
De acordo com Fera, a
ideia surgiu há 14 anos, quando ele viu um jovem da comunidade ser morto, envolvido com bandidos, no local.
"A mulher do rapaz estava
grávida quando ele morreu, e
hoje o filho dele surfa em
nossa escolinha", diz.
Para participar das aulas,
as crianças precisam estar
estudando. "O esporte é uma
alternativa para tirar a ociosidade e não permitir que as
crianças entrem na marginalidade", afirma o professor.
Camila Neros, 13, frequenta as aulas de surfe desde os
sete anos. Sempre que pode,
está na água. Assim como ela,
Letícia Cavalcanti, 10, afirma
que passa quatro horas por
dia no mar. "Às vezes venho
cedinho, sozinha, e começo a
surfar", conta Letícia.
Como a maioria dos alunos
da escolinha, ela sonha um
dia se tornar surfista profissional e conhecer outras
praias. "Queria ir para a Austrália ou para o Havaí."
Letícia declara que nada
vai fazê-la desistir do esporte. Nem mesmo o fim das ondas na Titanzinho. "Vou procurar outro lugar. Deixo de
surfar nada!"
(RB)
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