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JUCA KFOURI
O novo desafio do Palmeiras
Contra a Inter e contra o Guarani, o Verdão perdeu duas decisões. Agora tem a faca e o queijo nas mãos
OS "PROFESSORES" fizeram tudo como manda o figurino,
sem maiores ousadias.
Mas um deles, o do Palmeiras, deu
mais sorte, embora haja feito para
tê-la, por apostar em Léo Lima, que
pegou um chute do meio da rua para
entrar no meio do gol de Rogério.
Era o acaso dando sua mãozinha
ao favoritismo alviverde.
Até ali, metade do primeiro tempo, o jogo era absolutamente igual.
Dali em diante, o Palmeiras foi
realmente melhor e só uma vez correu risco de levar gol, de Adriano,
salvo pelas costas de Gustavo.
Tudo corria bem até que veio o intervalo e o episódio do gás no vestiário tricolor, algo impensável em
2008, mas com a cara da cartolagem
nacional. Melhor no segundo tempo, o São Paulo começou a exigir que
Marcos trabalhasse e se expunha
aos contra-ataques, como o que Valdivia finalizou, para matar o jogo,
quando o tricolor só tinha dez, dada
a exagerada expulsão de André Dias.
O Palmeiras tem mais que nunca a
faca e o queijo na mão diante da
Ponte Preta, que enfrentará o terceiro grande da capital em sua busca de
um título. Contra São Paulo e Corinthians, deu-se mal e aposta em repetir o que a Inter de sua vizinha Limeira fez, único clube do interior a
ser campeão paulista ao derrotar
um grande, exatamente o Palmeiras, como o Guarani, no Brasileirão.
Aranha negra
Impossível falar no negro mineiro de Pouso Alegre, Mário Lúcio
Duarte Costa, 27 anos, 1,91 m, o
Aranha, goleiro da Ponte Preta,
sem lembrar do russo Lyova Ivanovich Yashin, o Aranha Negra, embora branco, mas sempre de uniforme todo preto, já falecido, para
muitos o melhor da história.
Impossível não dizer que Aranha
estava com a Macaca no sábado em
Guaratinguetá, quando o menos difícil que fez foi pegar um pênalti.
O técnico Sérgio Guedes não terá
sua espinha dorsal para o primeiro
jogo, que só pode ser em Campinas,
pois perdeu a experiência de César,
a organização de Elias e o talento
de Renato, além de Eduardo Arroz.
Mas, se Aranha continuar a subir
pelas paredes, quem sabe não tenha chegado a hora e a vez da Ponte
Preta. Que momento!
Modéstia real
Tostão já cedeu seu lugar para
Romário na seleção de 1970. E não
aceita comparações com Graciliano Ramos. É de se entender.
Tostão é de uma modéstia que
beira a insanidade, mas parece que
gosta de divergir de mim porque,
desse modo, me obriga a enaltecê-lo ainda mais e mais...
Ele escreveu que o gênio alagoano não era chegado a adjetivos e reproduziu uma opinião, generalizada, sobre a secura de Graciliano. É
fato. Só que, às vezes, contra fatos
há argumentos: será seco e avesso
aos adjetivos alguém que tenha escrito assim para a mulher amada?
"Sento-me à banca, levado por
um velho hábito, olho com rancor
uma folha de papel, que teima
em conservar-se branca, penso
que o Natal é uma festa deliciosa.
Os bazares, a delegacia de polícia, a
procissão de Nossa Senhora do
Amparo...E depois o jogo dos disparates, excelente jogo. "Iaiá caiu no
poço". Ora o poço! Quem caiu no
poço fui eu".
blogdojuca@uol.com.br
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