São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 2008

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JUCA KFOURI

O novo desafio do Palmeiras

Contra a Inter e contra o Guarani, o Verdão perdeu duas decisões. Agora tem a faca e o queijo nas mãos

OS "PROFESSORES" fizeram tudo como manda o figurino, sem maiores ousadias.
Mas um deles, o do Palmeiras, deu mais sorte, embora haja feito para tê-la, por apostar em Léo Lima, que pegou um chute do meio da rua para entrar no meio do gol de Rogério.
Era o acaso dando sua mãozinha ao favoritismo alviverde.
Até ali, metade do primeiro tempo, o jogo era absolutamente igual. Dali em diante, o Palmeiras foi realmente melhor e só uma vez correu risco de levar gol, de Adriano, salvo pelas costas de Gustavo.
Tudo corria bem até que veio o intervalo e o episódio do gás no vestiário tricolor, algo impensável em 2008, mas com a cara da cartolagem nacional. Melhor no segundo tempo, o São Paulo começou a exigir que Marcos trabalhasse e se expunha aos contra-ataques, como o que Valdivia finalizou, para matar o jogo, quando o tricolor só tinha dez, dada a exagerada expulsão de André Dias.
O Palmeiras tem mais que nunca a faca e o queijo na mão diante da Ponte Preta, que enfrentará o terceiro grande da capital em sua busca de um título. Contra São Paulo e Corinthians, deu-se mal e aposta em repetir o que a Inter de sua vizinha Limeira fez, único clube do interior a ser campeão paulista ao derrotar um grande, exatamente o Palmeiras, como o Guarani, no Brasileirão.

Aranha negra
Impossível falar no negro mineiro de Pouso Alegre, Mário Lúcio Duarte Costa, 27 anos, 1,91 m, o Aranha, goleiro da Ponte Preta, sem lembrar do russo Lyova Ivanovich Yashin, o Aranha Negra, embora branco, mas sempre de uniforme todo preto, já falecido, para muitos o melhor da história.
Impossível não dizer que Aranha estava com a Macaca no sábado em Guaratinguetá, quando o menos difícil que fez foi pegar um pênalti. O técnico Sérgio Guedes não terá sua espinha dorsal para o primeiro jogo, que só pode ser em Campinas, pois perdeu a experiência de César, a organização de Elias e o talento de Renato, além de Eduardo Arroz.
Mas, se Aranha continuar a subir pelas paredes, quem sabe não tenha chegado a hora e a vez da Ponte Preta. Que momento!

Modéstia real
Tostão já cedeu seu lugar para Romário na seleção de 1970. E não aceita comparações com Graciliano Ramos. É de se entender.
Tostão é de uma modéstia que beira a insanidade, mas parece que gosta de divergir de mim porque, desse modo, me obriga a enaltecê-lo ainda mais e mais...
Ele escreveu que o gênio alagoano não era chegado a adjetivos e reproduziu uma opinião, generalizada, sobre a secura de Graciliano. É fato. Só que, às vezes, contra fatos há argumentos: será seco e avesso aos adjetivos alguém que tenha escrito assim para a mulher amada?
"Sento-me à banca, levado por um velho hábito, olho com rancor uma folha de papel, que teima em conservar-se branca, penso que o Natal é uma festa deliciosa.
Os bazares, a delegacia de polícia, a procissão de Nossa Senhora do Amparo...E depois o jogo dos disparates, excelente jogo. "Iaiá caiu no poço". Ora o poço! Quem caiu no poço fui eu".


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