EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

A chegada do meia Ricardinho, 27, ao Santos ontem à tarde acirrou ainda mais a animosidade entre o clube da Vila Belmiro e o São Paulo, que estão com relações estremecidas desde o ano passado.
"Essa situação ruim quem começou foi o São Paulo, que votou contra a gente para recebermos cotas maiores da TV. Tenho prazer em desconsiderar a diretoria do São Paulo", disse Francisco Lopes, diretor de futebol santista.
O presidente são-paulino, Marcelo Portugal Gouvêa, afirmou que o Santos iniciou a rusga ao votar contra os torneios regionais.
De quebra, a diretoria do clube do Morumbi também declarou guerra ao ex-jogador, que no distrato feito com o São Paulo, no início do ano, aceitou cláusula de não-concorrência que o impediria de jogar por times brasileiros até 05. "O Ricardinho sempre se mostrou uma pessoa de caráter. Se levar isso adiante, vou mudar minha opinião", disse Gouvêa.
A violação dessa cláusula prevê multa de R$ 2 milhões. Embora tenha liminar da juíza Célia Gilda Titto, da 64ª Vara do Trabalho, para jogar em qualquer clube do país, o despacho não o desobriga de pagar a multa. Ontem, o jogador assinou contrato com o Santos até dezembro de 2005.
"Sou atleta de futebol. Não sou advogado nem estudei direito. Por isso, gostaria de comentar só sobre futebol", disse Ricardinho.
Segundo o diretor jurídico do São Paulo, Kalil Rocha Abdala, Ricardinho violou acordo comercial, não trabalhista. Assim, o time ingressará com uma ação cível.