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De fora, Roque Júnior contesta Parreira
DO ENVIADO A LEVERKUSEN
José Vítor Roque Júnior, 29,
diz estar triste. E confuso.
Zagueiro titular na campanha vitoriosa de 2002 e há seis
anos no futebol europeu, ele se
preparava para atuar em "casa"
na Copa do Mundo. Jogador do
Bayer Leverkusen, vibrava com
a decisão da CBF de concentrar
a seleção brasileira em Bergisch Gladbach, cidadezinha a
22 km da sede de seu clube e a
18 km de Colônia, onde mora.
O que era vontade tornou-se
quase certeza quando, três dias
antes da convocação, recebeu
ligação da pessoa responsável
pela logística da CBF, buscando
informações sobre seu paradeiro. Não significava a inclusão
na lista, mas o telefonema aumentou a confiança de Roque
Júnior. Sentimento que foi para o espaço na última segunda.
"Fiquei sabendo pela minha
mulher. Fiquei triste, claro,
mas isso acontece na carreira
de um jogador. O problema foi
como tudo aconteceu. Não entendi. A CBF fez um contato comigo na sexta para saber se eu
estaria em Colônia ou em São
Paulo. Nas outras vezes em que
fizeram isso, sempre fui convocado. Não sinto revolta, não estou ferido. Estou triste e confuso", disse o zagueiro à Folha.
Ele contesta a justificativa
dada por Carlos Alberto Parreira para explicar sua ausência
da lista. Questionado sobre
Marcos e Roque Júnior, o treinador da seleção afirmou que
"considerando o pouco tempo
que teremos para treinar, a
parte médica foi um fator considerável na nossa decisão".
"Eu me machuquei, mas já
estou bem fisicamente e clinicamente desde 15 de abril. O
[José Luiz] Runco [médico da
seleção] falou comigo, estava
sabendo, e acho que o Parreira
também. Por esse motivo e por
eu ter jogado 14 dos 18 jogos
das eliminatórias, achei que eu
estivesse naquela convocação."
Sofrendo de uma inflamação
no tendão-de-aquiles, o zagueiro perdeu quase todo o segundo turno do Alemão. Ficou fora
dos campos de dezembro do
ano passado a 27 de abril,
quando voltou, em amistoso.
Desafeto de Galvão Bueno,
com quem discutiu na Copa
das Confederações, no ano passado, não acredita em interferência do narrador ou da Globo
na relação final. "Espero que
não tenha havido nenhuma interferência. Pelo menos é isso
que a gente espera de uma convocação de seleção brasileira."
Transformado de participante do Mundial a simples telespectador, reforça o coro de
seus colegas de posição sobre o
quadrado mágico. Crê que o
Brasil pode até adotar o sistema na Copa, mas cobra responsabilidade dos meias e atacantes na marcação. "Se não fecharem os espaços, a zaga ficará
sobrecarregada e a seleção terá
um ponto fraco na Copa."
(FSX)
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