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JUCA KFOURI
Um Corinthians à paraguaia
Ao se defender como se fosse a seleção guarani de 1998, o alvinegro construiu uma vitória categórica
O "PARAGUAIA" que titula esta
coluna não tem nada a ver
com falsificação ou com animais que saem na frente e chegam
atrás, nas carreiras do turfe.
Tem apenas a ver com o irrepreensível esquema de segurança
que Paulo César Carpegiani montou
na seleção do Paraguai que disputou
a Copa do Mundo de 1998, que só
caiu diante da campeã França na
prorrogação, nas oitavas-de-final,
em jogo dramático.
O Corinthians que derrotou o
Cruzeiro por 3 a 0 no Mineirão lembrou aquele time.
Porque se fez três gols, dois de pênaltis batidos por Marcelo Mattos e
outro, o primeiro, de Everton, foi basicamente porque soube impedir
que o Cruzeiro jogasse até que a vitória estivesse assegurada.
Depois, ainda se deu ao luxo de
permitir alguns ataques mineiros,
como se para mostrar, também, que
enfim o Corinthians tem goleiro, o
baiano Felipe, que lembra demais o
gelado Dida.
O brilho técnico do alvinegro fica
quase que exclusivamente a cargo
do menino Willian, mas a abnegação
e a disciplina tática na marcação foram a tônica do time todo, que teve
menos a posse de bola, mas absoluto
comando do jogo.
Em resumo: é bem capaz que o
técnico PCC esteja formando um time ao gosto da Fiel, coisa que não se
podia suspeitar na pálida apresentação de estréia, em casa, diante do Juventude.
Verdade que o Cruzeiro é um
amontoado, no qual vagueia solitário o bom Araújo.
Mas isso não é problema do Corinthians, que já os tem em demasia
para se preocupar com os do adversário. E, que, aliás, não podem ser esquecidos por causa de duas vitórias,
pois se o time começa a dar esperanças, a diretoria ainda é a mesma, medíocre e superada.
O que vale registrar, por ora, é que
enfim o Corinthians venceu, convenceu e até surpreendeu.
Já o Palmeiras precisa levar um
puxão de orelhas, porque quase entregou, por desinteresse, uma vitória que se afigurava tranqüila sobre
o Figueirense, no Palestra Itália.
A dupla paraguaia/chilena, Florentín/Valdivia, funcionou à perfeição no primeiro tempo, e o time todo caiu assustadoramente no segundo, quando, por pouco, os 2 a 0 construídos com facilidade quase viraram um empate que seria por todos
os motivos catastrófico.
Afinal, futebol é coisa séria.
Tão séria que o time "alternativo"
do Santos, que o professor de jornalismo Vanderlei Luxemburgo não
quer que a imprensa chame de reserva, mostrou que é mesmo o time
reserva do Santos. E que não dá para
repetir no Campeonato Brasileiro o
que fez no Paulista, porque o nível,
longe de ser brilhante, é superior,
como mostrou o América potiguar
na Vila Belmiro.
Mas, enfim, o América que interessa é mesmo o dos mexicanos.
Que têm boas lembranças do jogador Muricy, mas não tantas como
têm os pernambucanos do Náutico
do treinador Muricy Ramalho, comoventemente homenageado pela
direção e pela torcida timbus ontem,
no estádio dos Aflitos, numa cena
rara.
Como rara foi a afoiteza de um São
Paulo mal organizado na derrota no
Recife.
Viva, Romário!
blogdojuca@uol.com.br
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