São Paulo, sexta-feira, 21 de maio de 2010

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Americano acusa ícone do ciclismo de doping

Floyd Landis diz, por e-mail, que Lance Armstrong o incentivou a usar EPO

Sete vezes campeão da Volta da França nega as acusações de atleta punido em 2006 após ter sido flagrado com alto nível de testosterona

Marcio Jose Sanchez/Associated Press
LÁGRIMAS DE SANGUE
Lance Armstrong recebe ajuda após sofrer uma queda na Volta da Califórnia, ontem. O acidente ocorreu algumas horas depois das acusações de que ele está envolvido em doping sistemático


DA REPORTAGEM LOCAL

Após negar durante quatro anos o uso de doping, Floyd Landis, 34, decidiu reconhecer o seu erro. Vencedor da Volta da França em 2006, o americano perdeu o título depois de ter sido flagrado com testosterona.
E, junto à confissão, Landis ainda acusou Lance Armstrong, sete vezes campeão da prova francesa, e outros componentes de sua antiga equipe, a US Postal Service, de uso sistemático de substâncias proibidas. Foi o suficiente para irromper o mais recente escândalos do ciclismo mundial.
"Quero limpar minha consciência", disse Landis ao site da ESPN. "Não quero mais fazer parte desse problema." Armstrong, que também é americano, negou as acusações. "É a nossa palavra contra a dele", disse o maior ícone do ciclismo. "Eu gosto da nossa palavra."
Em e-mails enviados às federação de ciclismo dos EUA e à UCI (União Ciclística Internacional) e revelados ontem pelo "The Wall Street Journal", Landis conta detalhes sobre a utilização de substâncias proibidas entre 2002 e 2006.
Ele relata o uso de EPO (eritropoietina), esteroides, hormônio de crescimento (hGH) e tratamentos experimentais com hormônio feminino e insulina. Em um dos e-mails, enviado em 30 de abril, garantiu que o técnico da equipe, Johan Bruyneel, e Armstrong o levaram à utilização de EPO.
"Fui instruído por Johan Bruyneel a ir à casa de Lance para pegar EPO com ele. A primeira EPO que usei foi entregue a mim na entrada de sua casa [de Armstrong]", diz Landis.
"Vinha em seis seringas prontas para serem administradas. Usei-as durante algumas semanas e não tive problemas nos testes antidoping."
Landis ainda descreveu o processo: "[Armstrong e eu] tivemos várias conversas. Ele me explicou sobre a a evolução dos controles de EPO e que teríamos que passar a fazer transfusões devido ao novos testes."
Ele alega também que, em 2003, viajou à Espanha, onde retirou 2,5 litros de seu sangue para serem usados depois, na Volta da França. Segundo Landis, o sangue era armazenado em um refrigerador, escondido no armário de Armstrong, juntamente a outros sacos do supercampeão e de outro ciclista.
Landis ainda disse que, em 2002, Armstrong foi flagrado com EPO e que Bruyneel subornou um membro da UCI para manter escondido o teste.


Com agências internacionais


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