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Americano acusa ícone do ciclismo de doping
Floyd Landis diz, por e-mail, que Lance Armstrong o incentivou a usar EPO
Sete vezes campeão da Volta da França nega as acusações de atleta punido em 2006 após ter sido flagrado com alto nível de testosterona
Marcio Jose Sanchez/Associated Press
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LÁGRIMAS DE SANGUE
Lance Armstrong recebe ajuda após sofrer uma queda na Volta da Califórnia, ontem. O acidente ocorreu algumas horas depois das acusações de que ele está envolvido em doping sistemático
DA REPORTAGEM LOCAL
Após negar durante quatro
anos o uso de doping, Floyd
Landis, 34, decidiu reconhecer
o seu erro. Vencedor da Volta
da França em 2006, o americano perdeu o título depois de ter
sido flagrado com testosterona.
E, junto à confissão, Landis
ainda acusou Lance Armstrong, sete vezes campeão da
prova francesa, e outros componentes de sua antiga equipe,
a US Postal Service, de uso sistemático de substâncias proibidas. Foi o suficiente para irromper o mais recente escândalos do ciclismo mundial.
"Quero limpar minha consciência", disse Landis ao site da
ESPN. "Não quero mais fazer
parte desse problema." Armstrong, que também é americano, negou as acusações. "É a
nossa palavra contra a dele",
disse o maior ícone do ciclismo.
"Eu gosto da nossa palavra."
Em e-mails enviados às federação de ciclismo dos EUA e à
UCI (União Ciclística Internacional) e revelados ontem pelo
"The Wall Street Journal",
Landis conta detalhes sobre a
utilização de substâncias proibidas entre 2002 e 2006.
Ele relata o uso de EPO (eritropoietina), esteroides, hormônio de crescimento (hGH) e
tratamentos experimentais
com hormônio feminino e insulina. Em um dos e-mails, enviado em 30 de abril, garantiu
que o técnico da equipe, Johan
Bruyneel, e Armstrong o levaram à utilização de EPO.
"Fui instruído por Johan
Bruyneel a ir à casa de Lance
para pegar EPO com ele. A primeira EPO que usei foi entregue a mim na entrada de sua casa [de Armstrong]", diz Landis.
"Vinha em seis seringas
prontas para serem administradas. Usei-as durante algumas semanas e não tive problemas nos testes antidoping."
Landis ainda descreveu o
processo: "[Armstrong e eu] tivemos várias conversas. Ele me
explicou sobre a a evolução dos
controles de EPO e que teríamos que passar a fazer transfusões devido ao novos testes."
Ele alega também que, em
2003, viajou à Espanha, onde
retirou 2,5 litros de seu sangue
para serem usados depois, na
Volta da França. Segundo Landis, o sangue era armazenado
em um refrigerador, escondido
no armário de Armstrong, juntamente a outros sacos do supercampeão e de outro ciclista.
Landis ainda disse que, em
2002, Armstrong foi flagrado
com EPO e que Bruyneel subornou um membro da UCI para manter escondido o teste.
Com agências internacionais
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