São Paulo, sábado, 21 de maio de 2011
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Colégio de elite de SP se beneficia de verba pública LEI DE INCENTIVO Com aval do Ministério, escola capta quase R$ 430 mil DANIEL BRITO MARIANA BASTOS DE SÃO PAULO O Ministério do Esporte autorizou o colégio Dante Alighieri, um dos mais tradicionais de São Paulo, a captar R$ 429.325 de patrocínio por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, que concede dedução fiscal a empresas interessadas em investir em projetos aprovados pela pasta. A verba foi destinada à organização da olimpíada da escola, iniciada nesta semana. O campeão olímpico do vôlei, Giba, e a ginasta Daiane dos Santos participaram da cerimônia de abertura, que teve um show sertanejo. Duas empresas aceitaram destinar parte de seu imposto de renda devido (pela lei, até 1%) e destiná-lo ao projeto da escola, localizada em um bairro nobre da cidade. A Porto Seguro contribuiu com R$ 379.325,02. De acordo com o diretor financeiro da escola, João Ranieri, o Grupo Comolatti, do ramo automotivo, cedeu mais R$ 50 mil, que ainda não constam no site do ministério. O valor total captado está sendo utilizado para pagar a arbitragem dos jogos, uniformes dos atletas, professores envolvidos, cobertura e arquibancada das quadras externas, elencou Ranieri. Segundo a assessoria de imprensa, a verba também será utilizada para promover em agosto uma corrida de rua nos Jardins, onde se localiza a instituição, apenas entre alunos e ex-alunos. "O colégio não precisa recorrer a ela [à lei], mas pode, como qualquer outro colégio. Não é privilégio nosso", afirmou o diretor da escola. "Estamos dentro da lei. Ela é igual para todos, e nosso projeto foi aprovado. Não adianta questionar porque apresentamos projeto." Ranieri informou que os atletas olímpicos e a apresentação musical foram custeadas pelo próprio colégio. E ainda afirmou que a escola não usou verba pública para obras em suas dependências. "As arquibancadas e a cobertura são provisórias. Se fosse para fazer obra, seria com nossos próprios recursos", afirmou o diretor. A Folha perguntou ao Ministério do Esporte, por meio de sua assessoria de imprensa, se considera imoral aprovar um projeto que beneficia uma escola de elite com recursos públicos, mas a pasta se recusou a responder. O ministério também evitou responder se, casos como o do Dante, escancaram falhas na redação da lei. A assessoria da pasta limitou-se a dizer que "o ministério aprova todos os projetos que estão enquadrados tecnicamente na lei, que prevê o apoio de projetos de esporte de cunho educacional." Colaborou EDUARDO OHATA, do Painel FC Texto Anterior: Rita Siza: Liga Portugal Próximo Texto: Mensalidades podem custar até R$ 1,7 mil Índice | Comunicar Erros |
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