São Paulo, quinta, 21 de maio de 1998

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FUTEBOL
Equipe de policiais terá mais quartos no hotel do Brasil na França
Segurança antiterror da seleção vai ser ampliada

dos enviados a Ozoir-la-Ferrière

A polícia antiterror terá um espaço maior do que o inicialmente programado no Château de Grande Romaine, hotel em que a seleção ficará hospedada a partir de amanhã, quando chegar à França.
A princípio, quatro quartos do château seriam ocupados por policiais antiterror.
Ontem, no entanto, a direção do château e a comissão técnica da seleção aceitaram ampliar esse contingente, cedendo-lhes mais aposentos nos prédios A e C, em número a ser definido pelos policiais franceses.
No B, onde ficarão todos os jogadores do Brasil, ocuparão pelo menos dois quartos, em extremidades opostas.
Pelo menos 11 policiais por noite vão ficar dentro do hotel.
No total, 80 policiais ficarão encarregados da segurança dos brasileiros. Destes, 16 pertencem aos quadros da Prefeitura de Ozoir-la-Ferrière, cidade em que a seleção brasileira fará a maioria de seus treinos.
A polícia teme que a equipe do país campeão mundial de futebol seja alvo de atentados de terroristas que agiriam em busca da divulgação de suas causas.
Os primeiros 12 membros do Grupo Especial de Intervenção da Polícia Nacional, que acompanharão os brasileiros durante todo o período em que eles estiverem na França, chegaram ontem a Ozoir.
De madrugada, os policiais fizeram uma vistoria no estádio dos Três Pinheiros, onde a seleção realizará a maior parte dos treinamentos, e instalaram câmeras para vistoriar os torcedores que forem ao local.
No château da seleção brasileira também foram colocadas câmeras e spots de luz para facilitar o trabalho da polícia.
Jean Claude Canard, 29, um dos policiais antiterror, explicou à Folha que um dos momentos mais complicados será a chegada do time ao aeroporto em Paris.
"Nos trajetos de ida-e-volta para os treinos, o esquema está pronto, só estará em Lesigny e Ozoir quem tiver um passe especial. O que preocupa mais é de Paris para cá."
Para evitar tumultos e diminuir o risco de atentado terrorista, os brasileiros não darão entrevista no aeroporto.
Nos treinos da seleção, haverá 32 policiais antiterror, de acordo com Canard, 16 dos quais espalhados entre a torcida, na arquibancada e nas tribunas, e 16 nas imediações do estádio.
"Ao mesmo tempo que será uma presença ostensiva, para mostrar que se trata de um esquema dos mais fortes, teremos agentes infiltrados na torcida, como se fossem eles próprios torcedores, para observar os outros sem serem percebidos", explicou.
Ainda de acordo com Canard, que ontem esteve no centro de imprensa montado pela Coca-Cola, ao lado do estádio dos Três Pinheiros, dos oito agentes antiterror responsáveis pela segurança do atacante Ronaldinho, pelo menos seis devem usar trajes civis, para não serem facilmente identificados. (JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO e MÁRIO MAGALHÃES)


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