da Reportagem Local

A Fifa, entidade máxima do futebol, recuou e levantou ontem o veto ao colunista Juca Kfouri, da Folha, na Copa do Mundo.
Por meio de fax, o presidente da entidade, João Havelange, afirmou que consideraria os protestos do jornal contra o veto. Ele disse que desconhecia o caso, pois estava em viagem ao Caribe e à Oceania, representando a Fifa.
Depois, Andreas Herren, assessor de imprensa da Fifa, anunciou, também por fax, que será concedida uma credencial ao jornalista.
As credenciais permitem o acesso a treinos, jogos e eventos do Mundial da França. São documentos essenciais ao trabalho jornalístico durante a competição.
O veto ao pedido de credencial de Kfouri foi informado ao jornal na última sexta, por meio de uma carta de Alain Leiblang, chefe de imprensa do CFO (Comitê Organizador da Copa). A carta não trazia justificativas para a decisão.
Em entrevista, Leiblang disse que, embora assinasse a carta, a negativa ao pedido partira da Fifa. Consultada, a entidade havia prometido uma resposta até amanhã.
As cartas de Havelange e Herren anteciparam a solução para o caso, que gerou reações também de entidades do Brasil e do exterior.
O repúdio ao veto recebeu apoio, entre outras, da Associação Nacional de Jornais, da Associação Brasileira de Imprensa, da Associação de Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo, da Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais e da Federação Internacional dos Jornalistas.
Essas entidades enviaram cartas à Fifa, à CBF (Confederação Brasileira de Futebol), ao CFO e também ao governo francês.
O episódio foi mais um capítulo na polêmica distribuição de credenciais a jornalistas brasileiros.
Dos 205 formulários recebidos pela CBF, 90 foram distribuídos pela Associação Brasileira de Cronistas Esportivos. Parte do restante, distribuído pela própria CBF, tem o destino ignorado até hoje.
A Empresa Folha da Manhã S.A., que edita a Folha, recebeu apenas 16 formulários da Abrace.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice