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FUTEBOL
Laura Spalatti diz que seu filho é apoiado por amigos bolivianos, que estão reunindo assinaturas em seu favor
Mãe quer torcedor livre até o fim da copa
RODRIGO BERTOLOTTO
Santa Cruz de la Sierra
A goiana Laura Rocha Spalatti,
42, mãe de Giovano, torcedor brasileiro preso em Santa Cruz de la
Sierra (Bolívia) por agredir um boliviano, deseja tirá-lo da prisão antes do fim da Copa América.
Segundo ela, o ânimo de seu filho
piorou depois que policiais fizeram ameaças, dizendo que o levariam para uma penitenciária.
Laura Spalatti chegou a Santa
Cruz na quarta-feira à noite e visitou o filho no dia seguinte.
Ontem, esteve com o cônsul-geral do Brasil na cidade. Depois, visitou novamente o filho na cadeia.
Na sequência, foi até a faculdade
de comunicações da universidade
pública Gabriel René Moreno.
"Preciso tirá-lo da prisão antes
que termine a Copa América, senão ele vai ficar mofando nesse lugar", disse Laura, nascida em Rio
Verde (GO) -a família vive em
Cuiabá (MT) há dez anos.
Folha - Como a senhora vê a situação de seu filho agora que a senhora está na Bolívia?
Laura Spalatti - Só vou embora
de Santa Cruz de la Sierra com meu
filho. Foi só uma casualidade a briga em que ele entrou, mas a imprensa daqui contou tanta mentira... Disse até que ele lutava caratê.
Todo mundo no estádio viu que
ele foi provocado, mas as imagens
na televisão não mostram isso. Eu
quero saber como fica a imagem
do meu filho agora.
Folha - Mas, se ele permanecer
preso aqui, a senhora vai ficar?
Spalatti - Preciso tirá-lo da prisão antes que termine a Copa
América, senão ele vai ficar mofando nesse lugar. Tem de ser o
mais rápido possível.
Folha - A senhora trouxe dinheiro para pagar a fiança e para a indenização à vítima?
Spalatti - Trouxe, mas não
muito. A fiança é de US$ 250, e os
gastos com hospital já chegaram a
US$ 2.700.
Vamos ter de pagar ainda o tempo em que a vítima ficou sem trabalhar. Sou funcionária pública,
mas vou pagar tudo. Vou pegar dinheiro emprestado no banco.
Folha - Como está o ânimo de
seu filho depois de tudo isso?
Spalatti - No primeiro dia, ele
estava sorridente, achando que tudo ia dar certo, mas hoje (ontem)
ele estava transtornado. Chorava
muito, quase não podia falar.
A polícia ameaçou levá-lo para
uma penitenciária maior e acabou
colocando-o de volta em um cela
com bandidos de alta periculosidade (leia texto nesta página).
Folha - Ele tem encontrado apoio
das autoridades e amigos?
Spalatti - O consulado brasileiro está ajudando, e os amigos bolivianos dele da faculdade estão levando comida e fazendo um abaixo-assinado testemunhando a sua
boa conduta.
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