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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
É forte!
A MELHOR e a pior notícia
da tarde de ontem foi Kaká.
A melhor, porque ele está
na Copa do Mundo. Fez
quase tudo o que se espera
de um líder da seleção brasileira. Ele cadenciou a partida, deu dois passes para
gol. Faltou somente arrancar com mais força na
sua jogada característica,
do contra-ataque.
Diga-se que o Brasil ainda não fez nenhum gol assim. Na era Dunga, um a cada três gols nasce de contra-ataque. O time, então,
prova que não depende das
jogadas de velocidade.
Abriu espaço com trocas de
passes de pé para pé.
Faltou um pouco mais de
jogo do lado esquerdo, fruto
da atuação apagada de Robinho. Mas sobra força com
Maicon, que carregava Kalou até a linha de fundo defensiva, antes de o gol sair.
Ainda pode melhorar a
saída de bola, mas não foi
Felipe Melo quem errou
desta vez. E a equipe teve
paciência para rodar a bola
na altura do meio de campo
sem rifá-la, sem entregá-la
de presente ao adversário.
Por momentos, os passes
laterais chatos lembraram
a partida mais difícil que o
Brasil já teve em Copas contra um rival africano. Diante da Argélia, em 1986, o time de Telê usou a mesma
estratégia e demorou para
encontrar o buraco que resultou no gol do 1 a 0, aos
21min do segundo tempo.
O exemplo serve para
mostrar que nem sempre o
Brasil foi arte, seja no presente, seja no passado. Há
partida em que é mais importante ser valente, ser forte. Durante uma semana,
o país repetiu que o jogo
mais difícil da primeira fase
era o contra os marfinenses.
Era mesmo. Quem tornou
a vitória mais simples foi a
seleção de Dunga.
Sirva de exemplo o primeiro gol, com Kaká, Robinho e Luis Fabiano agrupados. Quando o Brasil aproxima seus jogadores, sai o
toque curto, a tabela envolvente. Nessas horas, o time
de Dunga prova sua força.
IMATURIDADE
A Costa do Marfim apelou,
e cabia ao Brasil não entrar
na provocação. Entrou. O pior
foi Kaká, expulso. Pode apostar que Júlio Baptista será o
substituto contra Portugal.
COINCIDÊNCIA?
A coincidência de poder se
classificar com três empates,
como em 1982, acaba quando
se compara a qualidade da
Itália-82 com a de 2010, que
levou tantos gols em dois jogos quanto nos sete de 2006.
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