São Paulo, Segunda-feira, 21 de Junho de 1999
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FUTEBOL
Decisão do Paulista é encerrada com tumulto generalizado depois que atacante corintiano brinca com a bola
Edílson faz embaixada, e campo vira ringue

da Reportagem Local

Eram 30min do segundo tempo, e o Corinthians acabara de empatar o jogo. Na lateral do campo, próximo ao banco do Corinthians, o atacante Edílson, marcado à distância pelo palmeirense Júnior, começa a fazer embaixadas.
Após controlar por alguns segundos a bola, ele a coloca nas costas, como se estivesse brincando. Transtornado com a provocação, Júnior parte para cima de Edílson. Na sequência, dois outros palmeirenses, Paulo Nunes e Zinho, fazem o mesmo, acuando e atingindo Edílson, que reage com chutes.
A partir desse momento, o gramado do Morumbi transformou-se num ringue de luta livre.
Paulo Nunes tenta agredir Edílson e corre. O corintiano responde com um chute que derruba o atacante palmeirense no chão.
Integrantes da comissão técnica -massagistas, médicos, preparadores físicos- das duas equipes envolvem-se na mais violenta pancadaria envolvendo jogadores no futebol paulista nos últimos anos.
Edílson, alvo da ira dos adversários, corre para se refugiar nos vestiários, escoltado pelo preparador de goleiros Paulo César Gusmão.
O técnico do Corinthians, Oswaldo de Oliveira, fica sem saber o que fazer. Inicialmente, diz que vai manter Edílson em campo. Instantes depois, vendo a proporção que a confusão tomara, muda de idéia e diz que vai substituir o atacante.
Mas antes que ele possa fazer qualquer coisa, após dez minutos de tumulto, o árbitro Paulo César de Oliveira, alegando falta de segurança, resolve encerrar o jogo.
A tensão que deflagrou a briga já existia antes do início de jogo.
Na primeira final, quase houve briga em campo. Os palmeirenses acusavam os corintianos de terem sido violentos durante o jogo.
Marcelinho afirmou que ouviu de Luiz Felipe Scolari a ameaça de que o técnico mandaria seus jogadores baterem no jogo de hoje.
Para piorar a situação, no meio da semana Edílson disse que torceria contra o Palmeiras na decisão da Libertadores, o que irritou ainda mais os palmeirenses.
"O Edílson já vinha tumultuando havia muito tempo", afirmou o lateral Júnior. "Ele deve estar assim porque não venceu a Libertadores. Deve estar com ciúme", disse o palmeirense Galeano. (FÁBIO VIC TOR, FERNANDO MELLO, MAÉRCIO SANTAMARINA e RODRIGO BUENO)

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