São Paulo, quarta-feira, 21 de julho de 2004

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FUTEBOL

No Brasileiro em que 15 times já trocaram de técnico, Bonamigo fica sem emprego no torneio pela 1ª vez desde 2001

Nem rei da estabilidade escapa da degola

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A rodada de ontem do Campeonato Brasileiro não teve um personagem que foi o único da sua profissão que era até então um "sobrevivente" na competição.
Ao ser demitido pelo Atlético-MG, o 15º clube que troca de treinador no certame, Paulo Bonamigo, 43, ficou desempregado no principal campeonato do país pela primeira vez no século 21.
O gaúcho era o único treinador que sempre esteve trabalhando na elite desde a edição de 2001.
Ele saiu ileso no Paraná, em 2001, e do Coritiba nas últimas duas temporadas. Também resistiu ao início ruim no Atlético-MG, mas, com o time perto da zona de rebaixamento, Bonamigo acabou dispensado pelos cartolas.
"No momento que tu sentes que não há o respaldo total, que há uma desconfiança no seu trabalho, está na hora de você procurar uma nova casa", disse o treinador, anteontem, na entrevista em que se despediu de Belo Horizonte.
Exceção em um ramo marcado pela volatilidade, Bonamigo trabalhou mais no Brasileiro nos últimos quatro anos do que nomes consagrados na prancheta. Foram 114 jogos, recorde no período. Vanderlei Luxemburgo, o maior vencedor da história do Nacional, trabalhou em 109 partidas a partir da temporada 2001.
Para Bonamigo, o que faltou agora para dar continuidade ao seu trabalho foi um título no primeiro semestre, quando o Atlético-MG jogou a Copa do Brasil e o Campeonato Mineiro. "A primeira declaração que havíamos dado, quando nos apresentamos, era que teríamos de conquistar um título nos quatro primeiros meses de trabalho. Como não conseguimos, o projeto ficou um pouco afetado", explicou o treinador.
Em 2004, o Brasileiro, na sua segunda edição por pontos corridos, viu aumentar o ritmo de trocas de treinador.
Os 15 clubes que mudaram de comando fizeram isso nas 16 rodadas iniciais. No mesmo número de jornadas no ano passado, "apenas" 12 equipes mudaram.
Já existem favoritos para engordas a lista atual. No Coritiba, Antônio Lopes está ameaçado pela campanha ruim da equipe -era o 17º antes dos jogos de ontem, que seriam realizados depois do fechamento desta edição.
Entre os dez times de pior desempenho até ontem, só o Vasco, além do Coritiba, tem o mesmo técnico do início. O vascaíno Geninho já resistiu ao fracasso do Estadual no primeiro semestre. Além disso, seu chefe é Eurico Miranda, que já manteve Antônio Lopes por três Brasileiros inteiros.


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