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FUTEBOL
No Brasileiro em que 15 times já trocaram de técnico, Bonamigo fica sem emprego no torneio pela 1ª vez desde 2001
Nem rei da estabilidade escapa da degola
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A rodada de ontem do Campeonato Brasileiro não teve um personagem que foi o único da sua
profissão que era até então um
"sobrevivente" na competição.
Ao ser demitido pelo Atlético-MG, o 15º clube que troca de treinador no certame, Paulo Bonamigo, 43, ficou desempregado no
principal campeonato do país pela primeira vez no século 21.
O gaúcho era o único treinador
que sempre esteve trabalhando na
elite desde a edição de 2001.
Ele saiu ileso no Paraná, em
2001, e do Coritiba nas últimas
duas temporadas. Também resistiu ao início ruim no Atlético-MG,
mas, com o time perto da zona de
rebaixamento, Bonamigo acabou
dispensado pelos cartolas.
"No momento que tu sentes que
não há o respaldo total, que há
uma desconfiança no seu trabalho, está na hora de você procurar
uma nova casa", disse o treinador,
anteontem, na entrevista em que
se despediu de Belo Horizonte.
Exceção em um ramo marcado
pela volatilidade, Bonamigo trabalhou mais no Brasileiro nos últimos quatro anos do que nomes
consagrados na prancheta. Foram 114 jogos, recorde no período. Vanderlei Luxemburgo, o
maior vencedor da história do
Nacional, trabalhou em 109 partidas a partir da temporada 2001.
Para Bonamigo, o que faltou
agora para dar continuidade ao
seu trabalho foi um título no primeiro semestre, quando o Atlético-MG jogou a Copa do Brasil e o
Campeonato Mineiro. "A primeira declaração que havíamos dado,
quando nos apresentamos, era
que teríamos de conquistar um título nos quatro primeiros meses
de trabalho. Como não conseguimos, o projeto ficou um pouco
afetado", explicou o treinador.
Em 2004, o Brasileiro, na sua segunda edição por pontos corridos, viu aumentar o ritmo de trocas de treinador.
Os 15 clubes que mudaram de
comando fizeram isso nas 16 rodadas iniciais. No mesmo número de jornadas no ano passado,
"apenas" 12 equipes mudaram.
Já existem favoritos para engordas a lista atual. No Coritiba, Antônio Lopes está ameaçado pela
campanha ruim da equipe -era
o 17º antes dos jogos de ontem,
que seriam realizados depois do
fechamento desta edição.
Entre os dez times de pior desempenho até ontem, só o Vasco,
além do Coritiba, tem o mesmo
técnico do início. O vascaíno Geninho já resistiu ao fracasso do
Estadual no primeiro semestre.
Além disso, seu chefe é Eurico Miranda, que já manteve Antônio
Lopes por três Brasileiros inteiros.
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