São Paulo, terça-feira, 21 de julho de 2009

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Luxemburgo defende tratamento VIP

Técnico inicia quarta passagem pelo Santos com defesa de Fábio Costa, um dos pivôs da crise que derrubou antecessor

Após menos de um mês sem trabalhar, treinador afirma que volta por amizade, que vai levar time a Libertadores e que não está em baixa

Fotos Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Vanderlei Luxemburgo, demitido pelo Palmeiras há cerca de um mês, concede entrevista em Santos, a primeira em sua quarta passagem pelo clube, que já dispensou dois treinadores neste ano

RICARDO VIEL
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

"É o meu técnico vencedor."
Foi com essas palavras que o presidente do Santos, Marcelo Teixeira, apresentou Vanderlei Luxemburgo ontem, no auditório do hotel Recanto dos Alvinegros, no CT Rei Pelé.
Na primeira entrevista de sua quarta passagem pelo clube, Luxemburgo falou sobre as amizades que tem no Santos, o projeto de levar a equipe à Libertadores e defendeu Fábio Costa e seus privilégios.
"Lá na Europa, os jogadores têm local para colocar seu carro, e não é privilégio. Têm contrato com empresas, e não é privilégio. Conquista-se direitos. O Fábio Costa é um goleiro que não chegou ontem no clube, tem história, as pessoas ao invés de ter inveja deveriam admirá-lo e tê-lo como exemplo", falou Luxemburgo, que trabalhou com o goleiro no Santos entre 2006 e 2007.
À Folha, anteontem, o ex-treinador do Santos Vagner Mancini disse que o jogador tem tratamento diferenciado e isso atrapalha o grupo. Fábio Costa é o único jogador do clube que tem vaga no estacionamento reservado à diretoria santista no CT Rei Pelé.
"Não tem nenhum problema se colocarem para outro profissional de conquistas um local reservado [no estacionamento]. Se colocarem para o Luxemburgo amanhã, não tem problema, eu tenho uma história aqui. Não é privilegio, é história. Quero que outros Fábio Costas possam chegar aqui e ter sua vaga", disse o técnico.
Antes de sua declaração, Marcelo Teixeira havia interrompido a entrevista do treinador para sair em defesa do capitão santista. "O Fábio tem uma história no Santos, chegou em 2000, muito jovem, e conquistou coisas importantes. Alguns acham que são regalias, não são... Não passam de direitos e deveres de um profissional."
Afinados na defesa do goleiro, Teixeira e Luxemburgo também planejam permanecer no clube em 2010. O presidente deve se candidatar à reeleição em dezembro. Caso isso aconteça, o treinador será mantido.
"Meu contrato é até o final do ano, foi um compromisso que fiz com o Marcelo [Teixeira]. O importante é colocar o Santos na Libertadores. Colocando, eu já estou dentro [do próximo ano]. Já conversamos sobre essa possibilidade de estarmos no ano que vem juntos", declarou Luxemburgo.
Segundo o treinador, o fato de já ter trabalhado no clube em três outras oportunidades e ter amigos no Santos, pesaram em seu retorno à Vila Belmiro.
"Não é só o lado profissional, existe o lado da amizade, com certeza na diretoria do Santos todos são meus amigos."
Em 2008, quando deixou o clube para ir para o Palmeiras, Luxemburgo foi criticado por Émerson Leão, que assumiu o time em seguida. O treinador acusou Luxemburgo, seu desafeto, e a comissão técnica de então de levarem embora equipamentos da academia do Santos. "Encontrei um pasto degradado", disse Leão à época.
Na entrevista, que durou cerca de 40 minutos, Luxemburgo manteve o bom humor quase todo o tempo. Fechou a cara apenas quando questionado se voltava a Santos em baixa.
"Não estou chegando por baixo. Um profissional do meu nível nunca chega por baixo. Se estivesse por baixo, o Marcelo não teria me contratado."


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