São Paulo, terça, 21 de julho de 1998

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BASQUETE NO MUNDO
Oscar, o Magdo

MELCHIADES FILHO

"Não seria legal votar em alguém que a gente goste, que a gente ame? Eu acho."
"Não existe figura mais bonita do que a de senador. Sempre gostei de ver aqueles filmes históricos que mostram imagens do Senado da Roma antiga."
"O meu objetivo, basicamente, é defender o Estado de São Paulo, sem perder de vista as necessidades do resto do país."
"Vou lutar por uma lei de incentivo fiscal para o esporte. Sou um atleta de alto nível e, ainda assim, é enorme a dificuldade para obter patrocinador."
"Vou combater a droga e o alcoolismo por meio do apoio à família, da religião e do patriotismo. As três coisas mais importantes da vida são a família, a religião e o país."
"Acho que todos os dias, em toda sala de aula do país, os alunos deveriam cantar o Hino Nacional. Seria ótimo também que toda classe tivesse uma bandeira do Brasil na parede."
"Devemos ser patriotas. Falta educação cívica ao brasileiro. Ela nos faz ver a importância dos símbolos nacionais e a necessidade de defendê-los."
"Esporte e religião são as coisas mais fortes para tirar as crianças do lado ruim da vida. Vou lutar para que o ensino religioso seja implantado em todas as escolas do Brasil."
"Minha falta de experiência é compensada por outras qualidades. Sigo os princípios da vida direitinho."
"Posso ser uma boa opção para quem deseja renovar a política. No futuro, em Brasília, teremos 20 como eu."
Essas declarações integram a entrevista do postulante ao Senado pelo PPB paulista à revista "Veja" desta semana.
Oscar Schmidt, 40, é o melhor jogador que as quadras nacionais produziram. Quem o conhece jura que é honesto. Seu estilo, que alia sorrisos criançolas a lágrimas sinceras, amestrou até a imprensa. Mas sua plataforma política é de lascar. Ex-Forrest Gump, o cestinha virou candidato a Magdo.

Ronaldinho 1 Se um dia precisar reforçar seu quadro de assessores, a NBA deveria garimpar a imprensa brasileira. Até com o caso Ronaldinho a nossa mídia achou meios de exaltar a "transparência" e a "eficiência" da liga norte-americana, a mesma liga que ocultou overdoses (como a de Reggie Lewis, morto em 93) e aboliu os exames antidoping para preservar a imagem de seus craques -a sua, no final das contas.
Ronaldinho 2 Outra besteira é comparar Ronaldinho a Michael Jordan, dizendo que este se diferencia por nunca ter "amarelado" em decisões. Jordan hoje é considerado um Deus do basquete, mas, aos 21 anos, nem mesmo tinha alcançado os profissionais -quanto mais, jogado para uma audiência estimada em 2 bilhões. Seu primeiro título na NBA só veio quando tinha 28 anos.

E-mail melk@uol.com.br



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