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FUTEBOL
Parmalat não aceita proposta de atacante, que retira a ameaça de ir embora se não receber US$ 1 mi
Paulo Nunes recua e fica no Palmeiras
FERNANDO MELLO
da Reportagem Local
Depois de 15 dias, o atacante
Paulo Nunes voltou atrás e vai
permanecer no Palmeiras, mesmo sem receber a dívida de US$ 1
milhão a que diz ter direito.
O jogador afirmou, antes do
embarque do Palmeiras para a
Itália (onde o time fez pré-temporada), que não mais vestiria a camisa do clube se não recebesse o
dinheiro referente a sua transferência do Grêmio para o Benfica.
A declaração irritou dirigentes
da multinacional, e Paulo Nunes
acabou sendo cortado do período
de treinos no Vale d'Aosta.
Paulo Nunes afirmava que a
Parmalat, por meio de seu diretor
Marcos Bagatella, havia se comprometido a pagar o valor (parte
dos 20% relativos à transferência)
caso o Benfica não o fizesse.
Paulo Nunes pedia à Parmalat
que adiantasse o dinheiro e ficasse como credor do Benfica, o que
a multinacional não aceitou.
Ontem, sem receber nada a
mais do que a Parmalat havia oferecido anteriormente (ajuda jurídica na ação contra o Benfica na
Fifa), o atacante disse que estava
se reintegrando ao grupo.
"Recebi a garantia do Paulo Angioni (diretor da Parmalat para o
Palmeiras) de que vou receber o
dinheiro. O período que fiquei
aqui foi importante, porque pude
refletir, meditar. Acabei magoando gente que não tinha nada a ver
com o caso. Agora, não vou falar
mais sobre o assunto. O que posso
dizer é que estou a um passo de
receber, e é isso o que me interessa", afirmou o atacante.
Paulo Nunes disse que resolveu
seus problemas financeiros durante o período em que ficou treinando em São Paulo. "Foi importante tirar essa pressão da minha
cabeça. Vou poder voltar a jogar
com alegria."
O advogado de Paulo Nunes,
Antônio Carlos Catta-Preta, disse
que instruiu o jogador a se reintegrar à equipe. "Não dava para o
Paulo ficar brigando. Não era seu
interesse deixar o Palmeiras, e a
diretoria iria acabar rescindindo o
contrato dele", declarou.
Paulo Angioni, por meio da assessoria de imprensa do clube,
disse que o caso está encerrado e
que o atacante deve receber o US$
1 milhão diretamente do Benfica.
A Parmalat se limitará a ajudá-lo
juridicamente. A assessoria confirmou que não foi repassado
"nenhum tostão" ao jogador.
Pressão
Apesar dos pedidos de dois dos
líderes do time (César Sampaio e
Zinho) e do técnico Luiz Felipe
Scolari para que a Parmalat interferisse a favor do jogador, a multinacional não mudou em nada sua
posição. A aproximação partiu de
Paulo Nunes.
"Ele é um jogador extremamente importante para o time, não só
por sua atuação dentro de campo,
mas também fora. Ele é alegre,
ajuda muito o grupo. Foi por isso
que conversei com o Angioni para que a situação fosse rapidamente resolvida. Fico muito feliz
em saber que vamos poder contar
com o Paulo Nunes para os torneios do segundo semestre", disse
o técnico Luiz Felipe Scolari.
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