São Paulo, Quarta-feira, 21 de Julho de 1999
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FUTEBOL
Parmalat não aceita proposta de atacante, que retira a ameaça de ir embora se não receber US$ 1 mi
Paulo Nunes recua e fica no Palmeiras

FERNANDO MELLO
da Reportagem Local

Depois de 15 dias, o atacante Paulo Nunes voltou atrás e vai permanecer no Palmeiras, mesmo sem receber a dívida de US$ 1 milhão a que diz ter direito.
O jogador afirmou, antes do embarque do Palmeiras para a Itália (onde o time fez pré-temporada), que não mais vestiria a camisa do clube se não recebesse o dinheiro referente a sua transferência do Grêmio para o Benfica.
A declaração irritou dirigentes da multinacional, e Paulo Nunes acabou sendo cortado do período de treinos no Vale d'Aosta.
Paulo Nunes afirmava que a Parmalat, por meio de seu diretor Marcos Bagatella, havia se comprometido a pagar o valor (parte dos 20% relativos à transferência) caso o Benfica não o fizesse.
Paulo Nunes pedia à Parmalat que adiantasse o dinheiro e ficasse como credor do Benfica, o que a multinacional não aceitou.
Ontem, sem receber nada a mais do que a Parmalat havia oferecido anteriormente (ajuda jurídica na ação contra o Benfica na Fifa), o atacante disse que estava se reintegrando ao grupo.
"Recebi a garantia do Paulo Angioni (diretor da Parmalat para o Palmeiras) de que vou receber o dinheiro. O período que fiquei aqui foi importante, porque pude refletir, meditar. Acabei magoando gente que não tinha nada a ver com o caso. Agora, não vou falar mais sobre o assunto. O que posso dizer é que estou a um passo de receber, e é isso o que me interessa", afirmou o atacante.
Paulo Nunes disse que resolveu seus problemas financeiros durante o período em que ficou treinando em São Paulo. "Foi importante tirar essa pressão da minha cabeça. Vou poder voltar a jogar com alegria."
O advogado de Paulo Nunes, Antônio Carlos Catta-Preta, disse que instruiu o jogador a se reintegrar à equipe. "Não dava para o Paulo ficar brigando. Não era seu interesse deixar o Palmeiras, e a diretoria iria acabar rescindindo o contrato dele", declarou.
Paulo Angioni, por meio da assessoria de imprensa do clube, disse que o caso está encerrado e que o atacante deve receber o US$ 1 milhão diretamente do Benfica. A Parmalat se limitará a ajudá-lo juridicamente. A assessoria confirmou que não foi repassado "nenhum tostão" ao jogador.

Pressão
Apesar dos pedidos de dois dos líderes do time (César Sampaio e Zinho) e do técnico Luiz Felipe Scolari para que a Parmalat interferisse a favor do jogador, a multinacional não mudou em nada sua posição. A aproximação partiu de Paulo Nunes.
"Ele é um jogador extremamente importante para o time, não só por sua atuação dentro de campo, mas também fora. Ele é alegre, ajuda muito o grupo. Foi por isso que conversei com o Angioni para que a situação fosse rapidamente resolvida. Fico muito feliz em saber que vamos poder contar com o Paulo Nunes para os torneios do segundo semestre", disse o técnico Luiz Felipe Scolari.


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