São Paulo, segunda-feira, 21 de agosto de 2006

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ataques em greve

Brasileiro de poucos gols procura o seu artilheiro

Tabela de goleadores é liderada por Dodô, que deixou o Botafogo há 5 rodadas

Média de 2,67 gols por jogo é a pior dos últimos 11 anos do torneio e inclui país em tendência de queda de gols da Copa e da Libertadores


MÁRVIO DOS ANJOS
TALES TORRAGA

DA REPORTAGEM LOCAL

Dodô saiu do Botafogo na 13ª rodada do Brasileiro. Hoje, o atacante, atuando nos Emirados Árabes Unidos, ainda lidera a artilharia do Nacional, que ontem viu o São Paulo se manter na ponta após a 18ª jornada.
Não que Dodô tenha feito inúmeros gols. Marcou nove, um a mais que Wagner, do Cruzeiro, Souza, do Goiás, Tuta, do Fluminense, e Cícero, do Figueirense, seus perseguidores.
Esse é apenas um dos exemplos, talvez o mais gritante, de um Brasileiro que ostenta a pior média de gols dos últimos 11 anos: 2,67 por jogo.
A transferência de grandes valores, como Fred e Robinho, sem uma bela renovação, a proliferação de formações com três zagueiros e a escalação de times reservas -em nome de outras competições paralelas- são algumas das causas da falta de gols na temporada.
Entre os paulistas, o líder São Paulo tem problemas para apontar um goleador. Com cinco gols, o reserva Lenílson e o atacante Ricardo Oliveira, que já se despediu do clube, são menos candidatos a ultrapassar Dodô na artilharia do que o goleiro Rogério, que soma quatro com os dois marcados ontem.
No Corinthians, que venceu a segunda seguida, Tevez e Rafael Moura têm o mesmo número de gols: cinco. No Palmeiras, Edmundo ressurgiu das cinzas no pós-Copa, com seis gols. Ontem, passou em branco no empate em 1 a 1 com o Inter.
O Mundial deste ano também deu sinal de improdutividade ofensiva. Seu artilheiro, Klose, cinco gols, foi o mais estéril goleador desde 1962. E foi a Copa com mais baixa média de gols em 16 anos.
A Libertadores que terminou na última semana foi semelhante: 14 jogadores, entre eles o colorado Fernandão, dividiram a artilharia com cinco tentos, a mais magra desde 1988.
Há uma queda gradual na produtividade dos artilheiros nas quatro edições do Brasileiro por pontos corridos. Após a 18ª rodada em 2003, o goleador era o são-paulino Luis Fabiano, com 15 gols; em 2004, Alex Dias, do Goiás, 14; em 2005, com 11, Róbson, do Paysandu, e Borges, do Paraná, repartiam o posto. No fim, porém, a artilharia foi de Romário, do Vasco, com 22 gols e 39 anos.
Se há escassez de gols na Série A, na Série B o cenário é melhor, com média de tentos de 2,74 por partida. Anteontem, o Sport derrotou o Guarani por 8 a 1 no Recife, goleada que não é vista na elite do Nacional há 24 anos, também com o Guarani, que daquela vez saiu vencedor: 8 a 1 diante do Ceará.
Na rodada da Série A, a vitória mais expressiva foi o 4 a 1 do Fortaleza sobre o Juventude, ontem, na capital cearense, mas o confronto de maior número de gols foi entre Figueirense e Atlético-PR, que empataram em 3 a 3.


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