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ataques em greve
Brasileiro de poucos gols procura o seu artilheiro
Tabela de goleadores é liderada por Dodô, que deixou o Botafogo há 5 rodadas
Média de 2,67 gols por jogo é a pior dos últimos 11 anos do torneio e inclui país em tendência de queda de gols da Copa e da Libertadores
MÁRVIO DOS ANJOS
TALES TORRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Dodô saiu do Botafogo na 13ª
rodada do Brasileiro. Hoje, o
atacante, atuando nos Emirados Árabes Unidos, ainda lidera
a artilharia do Nacional, que
ontem viu o São Paulo se manter na ponta após a 18ª jornada.
Não que Dodô tenha feito
inúmeros gols. Marcou nove,
um a mais que Wagner, do Cruzeiro, Souza, do Goiás, Tuta, do
Fluminense, e Cícero, do Figueirense, seus perseguidores.
Esse é apenas um dos exemplos, talvez o mais gritante, de
um Brasileiro que ostenta a
pior média de gols dos últimos
11 anos: 2,67 por jogo.
A transferência de grandes
valores, como Fred e Robinho,
sem uma bela renovação, a proliferação de formações com
três zagueiros e a escalação de
times reservas -em nome de
outras competições paralelas-
são algumas das causas da falta
de gols na temporada.
Entre os paulistas, o líder São
Paulo tem problemas para
apontar um goleador. Com cinco gols, o reserva Lenílson e o
atacante Ricardo Oliveira, que
já se despediu do clube, são menos candidatos a ultrapassar
Dodô na artilharia do que o goleiro Rogério, que soma quatro
com os dois marcados ontem.
No Corinthians, que venceu a
segunda seguida, Tevez e Rafael Moura têm o mesmo número de gols: cinco. No Palmeiras, Edmundo ressurgiu das
cinzas no pós-Copa, com seis
gols. Ontem, passou em branco
no empate em 1 a 1 com o Inter.
O Mundial deste ano também deu sinal de improdutividade ofensiva. Seu artilheiro,
Klose, cinco gols, foi o mais estéril goleador desde 1962. E foi
a Copa com mais baixa média
de gols em 16 anos.
A Libertadores que terminou
na última semana foi semelhante: 14 jogadores, entre eles
o colorado Fernandão, dividiram a artilharia com cinco tentos, a mais magra desde 1988.
Há uma queda gradual na
produtividade dos artilheiros
nas quatro edições do Brasileiro por pontos corridos. Após a
18ª rodada em 2003, o goleador
era o são-paulino Luis Fabiano,
com 15 gols; em 2004, Alex
Dias, do Goiás, 14; em 2005,
com 11, Róbson, do Paysandu, e
Borges, do Paraná, repartiam o
posto. No fim, porém, a artilharia foi de Romário, do Vasco,
com 22 gols e 39 anos.
Se há escassez de gols na Série A, na Série B o cenário é melhor, com média de tentos de
2,74 por partida. Anteontem, o
Sport derrotou o Guarani por 8
a 1 no Recife, goleada que não é
vista na elite do Nacional há 24
anos, também com o Guarani,
que daquela vez saiu vencedor:
8 a 1 diante do Ceará.
Na rodada da Série A, a vitória mais expressiva foi o 4 a 1 do
Fortaleza sobre o Juventude,
ontem, na capital cearense,
mas o confronto de maior número de gols foi entre Figueirense e Atlético-PR, que empataram em 3 a 3.
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