São Paulo, sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Governo da Argentina põe futebol na TV aberta

SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES

O futebol tornou-se ontem na Argentina oficialmente um negócio de Estado. A presidente do país vizinho, Cristina Kirchner, formalizou a compra dos direitos de transmissão de jogos por 600 milhões de pesos (R$ 287,5 milhões) por ano.
O acordo firmado com a AFA (Associação do Futebol Argentino), com duração de dez anos, contraria afirmação do governo feita na semana passada de que não gastaria "nenhum centavo" para estatizar o futebol.
"O futebol é um negócio extraordinário, que não precisa ser subsidiado, mas apenas participar dos ganhos que ele mesmo produz", disse Cristina.
O governo estima que arrecadará até o dobro do valor do contrato com a venda de anúncios e outros produtos. A transmissão dos jogos, antes, era exclusividade da TV paga.
O anúncio do "futebol gratuito" foi visto pela oposição como uma jogada do governo para recuperar sua popularidade.
Os clubes associados à AFA acumulam dívidas milionárias com o fisco e atrasos de pagamento aos jogadores. Ontem, a entidade divulgou que parte dos débitos foi paga, e o Torneio Apertura começa hoje.
Antes de oficializar a sociedade com o governo, a AFA rescindiu o contrato anterior -de 268 milhões de pesos (R$ 128,4 mi) por ano-, com as empresas TSC e TyC, que iria até 2014. A TyC é do Grupo Clarín, que está em confronto com o governo.
A assinatura do contrato foi transmitida em cadeia de TV. Cristina discursou na sede da AFA, perante quase 800 convidados e de seu gabinete, tendo à sua esquerda Diego Armando Maradona, técnico da seleção argentina, a quem chamou de "querido Diego" e por quem foi diversas vezes aplaudida.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Em Valencia, Brawn faz resgate de seu começo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.