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Governo da Argentina põe futebol na TV aberta
SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES
O futebol tornou-se ontem
na Argentina oficialmente um
negócio de Estado. A presidente do país vizinho, Cristina
Kirchner, formalizou a compra
dos direitos de transmissão de
jogos por 600 milhões de pesos
(R$ 287,5 milhões) por ano.
O acordo firmado com a AFA
(Associação do Futebol Argentino), com duração de dez anos,
contraria afirmação do governo
feita na semana passada de que
não gastaria "nenhum centavo"
para estatizar o futebol.
"O futebol é um negócio extraordinário, que não precisa
ser subsidiado, mas apenas participar dos ganhos que ele mesmo produz", disse Cristina.
O governo estima que arrecadará até o dobro do valor do
contrato com a venda de anúncios e outros produtos. A transmissão dos jogos, antes, era exclusividade da TV paga.
O anúncio do "futebol gratuito" foi visto pela oposição como
uma jogada do governo para recuperar sua popularidade.
Os clubes associados à AFA
acumulam dívidas milionárias
com o fisco e atrasos de pagamento aos jogadores. Ontem, a
entidade divulgou que parte
dos débitos foi paga, e o Torneio Apertura começa hoje.
Antes de oficializar a sociedade com o governo, a AFA rescindiu o contrato anterior -de
268 milhões de pesos (R$ 128,4
mi) por ano-, com as empresas
TSC e TyC, que iria até 2014. A
TyC é do Grupo Clarín, que está
em confronto com o governo.
A assinatura do contrato foi
transmitida em cadeia de TV.
Cristina discursou na sede da
AFA, perante quase 800 convidados e de seu gabinete, tendo à
sua esquerda Diego Armando
Maradona, técnico da seleção
argentina, a quem chamou de
"querido Diego" e por quem foi
diversas vezes aplaudida.
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