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Herói palmeirense revela-se metódico
Autor do gol da classificação na Sul-Americana, Marcos Assunção diz treinar faltas à exaustão e nega fator sorte
RENAN CACIOLI
DE SÃO PAULO
Marcos Assunção, 34, é
um perfeccionista convicto.
Daqueles que não podem bater na bola se a língua da chuteira estiver desarrumada.
Antes de cobrar a falta que
resultaria no gol da classificação do Palmeiras sobre o
Vitória, anteontem, no Pacaembu, ele repetiu o ritual.
"Vi que ela [língua da chuteira] estava meio torta, pro
lado. Sempre faço isso", diz
Assunção, geralmente sisudo em suas repostas.
"Sou [sério] para quem
não conheço. É um pouco de
timidez, também. Quando
estou trabalhando gosto de
trabalhar, não sou de brincar
muito não", afirma o atleta.
Ontem, um dia após a noite de gala que valeu a vaga à
próxima fase da Copa Sul-
-Americana, o CT palmeirense esteve calmo. Nada de festa. Perfeito para Assunção.
"É bom quando o ambiente é assim depois de um jogo
em que, sejamos sinceros,
poucos acreditavam na classificação", fala o jogador.
Até a precisa cobrança de
falta, aos 44min da etapa
complementar, a vaga seria
decidida nas penalidades, já
que os paulistas devolviam o
placar de 2 a 0 sofrido na ida.
"Mentalizo que tenho de
colocar a bola no lugar mais
difícil para o goleiro. Tem de
ver a força na bola, a precisão", fala Assunção, sobre o
que pensa na hora de chutar.
É também uma questão de
sorte? Jamais sugira isso para
ele. "Para quem não treina,
quando faz gol é sorte."
Assunção repete o movimento quase todos os dias
após o treinamento. Na véspera do jogo contra os baianos, ficou ao lado do zagueiro Fabrício finalizando seguidamente sob o olhar atento
do técnico Luiz Felipe Scolari, que o elegeu um dos líderes do time, juntamente com
Marcos, Edinho e Danilo.
"Ele nos deu essa função
dentro do grupo porque talvez veja que somos os que
mais falam em campo."
O quarteto, com exceção
de Marcos, respondeu ontem
a um teste da psicóloga Regina Brandão. "Os jogadores
são malucos", brinca Assunção, num sorriso amarrado.
Segundos depois, fecha a cara para a próxima pergunta.
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