São Paulo, sábado, 21 de agosto de 2010

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Herói palmeirense revela-se metódico

Autor do gol da classificação na Sul-Americana, Marcos Assunção diz treinar faltas à exaustão e nega fator sorte

RENAN CACIOLI
DE SÃO PAULO

Marcos Assunção, 34, é um perfeccionista convicto.
Daqueles que não podem bater na bola se a língua da chuteira estiver desarrumada.
Antes de cobrar a falta que resultaria no gol da classificação do Palmeiras sobre o Vitória, anteontem, no Pacaembu, ele repetiu o ritual.
"Vi que ela [língua da chuteira] estava meio torta, pro lado. Sempre faço isso", diz Assunção, geralmente sisudo em suas repostas.
"Sou [sério] para quem não conheço. É um pouco de timidez, também. Quando estou trabalhando gosto de trabalhar, não sou de brincar muito não", afirma o atleta.
Ontem, um dia após a noite de gala que valeu a vaga à próxima fase da Copa Sul- -Americana, o CT palmeirense esteve calmo. Nada de festa. Perfeito para Assunção.
"É bom quando o ambiente é assim depois de um jogo em que, sejamos sinceros, poucos acreditavam na classificação", fala o jogador.
Até a precisa cobrança de falta, aos 44min da etapa complementar, a vaga seria decidida nas penalidades, já que os paulistas devolviam o placar de 2 a 0 sofrido na ida.
"Mentalizo que tenho de colocar a bola no lugar mais difícil para o goleiro. Tem de ver a força na bola, a precisão", fala Assunção, sobre o que pensa na hora de chutar.
É também uma questão de sorte? Jamais sugira isso para ele. "Para quem não treina, quando faz gol é sorte."
Assunção repete o movimento quase todos os dias após o treinamento. Na véspera do jogo contra os baianos, ficou ao lado do zagueiro Fabrício finalizando seguidamente sob o olhar atento do técnico Luiz Felipe Scolari, que o elegeu um dos líderes do time, juntamente com Marcos, Edinho e Danilo.
"Ele nos deu essa função dentro do grupo porque talvez veja que somos os que mais falam em campo."
O quarteto, com exceção de Marcos, respondeu ontem a um teste da psicóloga Regina Brandão. "Os jogadores são malucos", brinca Assunção, num sorriso amarrado. Segundos depois, fecha a cara para a próxima pergunta.


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