São Paulo, Sábado, 21 de Agosto de 1999
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F-1
Alemão da Ferrari é mais rápido que o líder do Mundial e tornou quase certa sua volta no GP da Bélgica
Schumacher retorna e já supera Irvine

Associated Press
Michael Schumacher, que se recuperou de acidente, deixa o cockpit após teste com sua Ferrari


das agências internacionais

Aclamado como herói, o alemão Michael Schumacher voltou ontem a pilotar um carro de F-1, superou Eddie Irvine e tornou quase certa sua participação no GP da Bélgica, 12ª etapa do Mundial, no próximo fim-de-semana.
Sem entrar no cockpit da Ferrari desde 11 de julho, quando fraturou a perna direita em um acidente no GP da Inglaterra, o bicampeão extrapolou as perspectivas mais otimistas da equipe.
Em vez de dar "algumas voltas" na pista de Mugello (Itália), conforme programado, percorreu 65, ou 340,92 km, distância cerca de 40 km superior à de um GP.
E mais: foi mais rápido que seu companheiro de time e atual líder do Mundial, Irvine, que havia treinado anteontem no mesmo circuito. Schumacher registrou 1min28s37, contra 1min28s94 obtido pelo irlandês na véspera.
Desde o momento em que pisou em Mugello, o alemão foi alvo de demonstrações de idolatria.
Primeiro, desceu no circuito de helicóptero, acompanhado por Umberto Agnelli, irmão do presidente da Fiat, Gianni Agnelli -a montadora é dona da Ferrari.
Ao chegar aos boxes, mancando, foi aplaudido pelos mecânicos. Do lado de fora do autódromo, fechado para o público, fãs se aglomeravam na tentativa de acompanhar a volta do alemão.
Pela manhã, deu apenas quatro voltas, levando os torcedores a acreditar que ele ainda sentia dores na perna direita.
À tarde, porém, voltou ao circuito e completou 61 voltas, animando a escuderia.
"Michael estava de bom humor e verdadeiramente feliz por estar de volta à equipe", disse Claudio Berro, assessor da Ferrari.
"Quando chegou e foi aplaudido pelos mecânicos, ele ficou emocionado. Mas, depois que colocou o macacão, o capacete e entrou no carro, voltou a sua rotina. Sem espaço para emoções."
Para Schumacher, o treino foi como "uma volta das férias".
"É como voltar para casa depois de férias longas demais. Senti um pouco de dor na perna direita, mas nada que tenha afetado meu rendimento", declarou.
Frio, sem se levar pela empolgação ferrarista, o alemão não confirmou sua participação no GP da Bélgica. "Quero ver como vou me sentir nos próximos dias. Passarei por um exame médico, e aí decidiremos se volto em Monza (GP da Itália, em 12 de setembro) ou antes (na Bélgica)", afirmou.
Além do exame, Schumacher terá ainda que receber o aval dos médicos da FIA (entidade máxima da F-1). Caso decida participar da prova belga, será submetido à avaliação, na próxima quinta-feira, já no autódromo de Spa.
A pressão ferrarista pela volta do piloto alemão cresceu após o desempenho pífio de seu substituto, Mika Salo, no GP da Hungria, no último domingo.
Com o carro do bicampeão, que venceu duas provas e conseguiu uma pole nesta temporada, o finlandês foi apenas o 12º colocado.
Seja qual for o plano da Ferrari a partir de agora -priorizar Irvine ou dar toda a força a Schumacher-, a equipe precisará de seus dois carros no pelotão da frente, algo que Salo não pode garantir.
Assim, a pista belga provavelmente deixará, a partir da próxima sexta-feira, mais uma marca na carreira de Schumacher.
Ao longo da década, Spa firmou-se como um "carma" na vida de Schumacher. Foi lá, em 91, que ele estreou na F-1, ao volante de um Jordan, impressionando a categoria e conseguindo um contrato-relâmpago com a Benetton.
No ano seguinte, conquistou sua primeira vitória na F-1 no circuito belga. E, nos últimos sete anos, venceu quatro provas em Spa, recorde da década.


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