São Paulo, sexta-feira, 21 de setembro de 2001

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OLIMPÍADA

Rogge ganha poderes para agilizar ações em eventual ataque

COI se arma para gerir situações de emergência

DA REDAÇÃO

O presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), o belga Jacques Rogge, recebeu ontem ""plenos poderes" para tomar decisões de urgência com relação aos Jogos de Inverno de Salt Lake City-2002, incluindo a possibilidade de cancelar a competição.
Apesar disso, o dirigente reiterou que deseja que os Jogos aconteçam de 8 a 24 de fevereiro, conforme previsto no planejamento.
A decisão aconteceu ao término de uma reunião de três dias envolvendo dirigentes do COI, em Lausanne, na Suíça. Durante a reunião, entre outras decisões, a entidade confirmou a realização da competição na cidade americana.
""Não poderemos perder tempo se tivermos que tomar decisões. Não é uma resposta a uma situação já existente. Mas o presidente do COI precisa estar capacitado caso haja necessidade de tomar alguma decisão [de emergência], justificou Rogge ao receber os poderes especiais, o que ocorreu tendo em vista os ataques terroristas ocorridos em Nova York e Washington na semana passada.
Mesmo com esses novos poderes, Rogge afirmou que não cancelaria os Jogos de Salt Lake-02 sem consultar previamente a junta diretiva do COI.
O vice-presidente da entidade, o australiano Kevan Gosper, explicou que para que os Jogos de Inverno sofressem um cancelamento, seria necessária uma votação do plenário do comitê que conta com mais de 120 integrantes.
Ao ser questionado se existe a possibilidade de os Jogos de Salt Lake-02 serem cancelados, Rogge respondeu: "Não negaria essa possibilidade, mas tampouco gosto de fazer especulações".
""Os poderes que me foram outorgados são para questões operativas. Uma decisão de tal natureza [o cancelamento dos Jogos de Salt Lake], não deverá ser tomada apenas por mim. Não sou pessimista, não há a necessidade de fazê-lo", confirmou Rogge.
Segundo o dirigente, que acredita ser a Olimpíada uma resposta à violência e que não deve ser vitimada por esta, seus novos poderes incluem questões financeiras, a programação das provas e ""muitos outros aspectos".
Rogge se recusou a comentar a possibilidade de os Jogos serem suspensos caso a resposta dos EUA aos ataques de 11 de setembro evoluam para uma guerra -as únicas vezes em que as Olimpíadas não aconteceram foram durante as guerras mundiais.
Rogge foi questionado sobre a possibilidade de alguns países boicotarem os Jogos no caso de ocorrer um conflito militar.
""Os Jogos são de inclusão e não de exclusão. A Olimpíada não é uma competição de nações, mas de atletas", respondeu o dirigente, que assumiu o COI em julho.
O COI trabalhará em conjunção com as autoridades norte-americanas com o objetivo de garantir a segurança de todos os envolvidos nos Jogos de Salt Lake City.


Com agências internacionais

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