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CORTADA
CIDA SANTOS
Uma calamidade
A coluna hoje é dedicada a
um ex-jogador da seleção brasileira. Atacante de meio, também passou pelos principais times de vôlei do país, como Banespa, Suzano e Olympikus.
O nome dele? Wágner Antônio da Rocha, o Bocão, 29. Desempregado, sem clube, ele mesmo define sua situação: "Uma
calamidade".
Os problemas de Bocão se
agravaram em junho, depois de
a Prefeitura de Guarulhos ter
cortado as verbas do Guaru, time masculino de vôlei da cidade. A equipe, que estava disputando a primeira divisão, chegou a receber um convite para
participar do Campeonato Paulista da Divisão Especial da
atual temporada.
O técnico do Guaru, Zeco, diz
que Bocão estava se empenhando e treinando bem.
Com um histórico de envolvimento com drogas, o atacante
falava que este seria um ano
decisivo para sua carreira: queria voltar a mostrar seu valor e
jogar em um grande clube.
Mas sua história acabou mudando de rumo: com o fim do
Guaru, ele ficou desempregado.
E mais: não conseguiu vaga em
nenhum outro clube.
Na última sexta-feira, conversei com Bocão pelo telefone. Ele
dizia que não tinha mais que
R$ 10 no bolso e que, a partir
daquele dia, não teria mais lugar para morar.
Não sabia onde iria passar a
noite. Tentaria ficar na casa de
algum amigo. O jogador também parecia angustiado com
mais um problema. Havia perdido a ponte e, sem dinheiro,
estava tendo que se acostumar,
pelo menos por enquanto, a viver sem os dentes.
Um dos atacantes mais velozes do vôlei brasileiro, Bocão
quer uma oportunidade para
voltar a jogar. No momento,
não tem pretensão salarial.
O que Bocão quer é um clube
que lhe garanta comida, um lugar para morar e o direito de
voltar a trabalhar, condições
que seriam um dever do esporte
brasileiro.
E-mail-cidasan@uol.com.br
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