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FUTEBOL
Com camisa lembrando os 25 anos do fim da fila, time gol salvador no final
Corinthians bate a Ponte mais ou menos como em 77
LÚCIO RIBEIRO
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
""Tenho que esquecer que um
dia eu já fui corintiano." Dizendo
isso, o atacante Fabrício Carvalho,
da Ponte Preta, entrou no Pacaembu ontem para enfrentar o
Corinthians, que exibia em campo pela última vez sua camisa prata, uma lembrança dos 25 anos do
fim da fila de 23 anos no Paulista.
O jogo valia pelo Brasileiro, mas
as semelhanças com a decisão do
Estadual de 1977 foram muitas.
Além dos uniformes -a Ponte
atuou com uma camisa especial
também, com listra vertical, e não
diagonal-, tecnicamente a partida foi pobre, com muita marcação e poucas chances reais de gol.
Um gol solitário, marcado depois do 30º minuto do segundo
tempo, salvou a equipe da capital.
Marcinho fez história no Corinthians (logicamente, não como
Basílio, que fez o gol mais famoso
da história do clube aos 36min da
segunda etapa). Mas o meia-atacante entrou no lugar de Leandro
para marcar o centésimo gol corintiano nesta temporada -com
ele, o Corinthians passou a ter, enfim, saldo positivo neste Brasileiro (tem agora um gol pró).
O gramado do Pacaembu estava
péssimo ontem, devido aos shows
que aconteceram no estádio recentemente. O campo, cheio de
falhas, lembrava um pouco os
gramados sofríveis dos anos 70.
A Ponte Preta apostou em uma
defesa forte para segurar o Corinthians e no atacante Fabrício Carvalho para matar o jogo. A primeira parte funcionou bem, assim como funcionava na época de
ouro do clube campineiro. Mas a
segunda parte, a que cabe ao artilheiro do time, foi uma negação.
O atacante corintiano da Ponte
Preta, que não tem o estilo de Rui
Rei (jogador que ficou marcado
em 1977 por defender a Ponte, ter
sido expulso na final e depois defender o Corinthians), foi apático.
Não foi expulso, mas acabou saindo do jogo antes de seu final.
A Ponte assustou no começo da
partida em uma bela cobrança de
falta Piá (nos anos 70 era Dicá),
que raspou a trave esquerda de
Doni. O Corinthians, sem Gil (na
final de 77 quem ficou de fora foi
Palhinha), atacou bastante pela
direita, algo raro hoje em dia.
Os corintianos gritaram gol em
vão quando Renato acertou aos
34min uma bomba no travessão
(o mesmo quando Vaguinho carimbou o travessão segundos antes do gol de Basílio, há 25 anos).
No segundo tempo, o sofrimento continuou. O técnico Carlos Alberto Parreira tirou até Vampeta
do time -colocou Fabrício, jogador raçudo como a torcida gosta.
O gol não saía, o que deixava cada vez mais nervosos os corintianos. Basílio diz ser um ""iluminado", mas o "Pé de Anjo" (apelido
do ex-jogador) desta vez foi Marcinho. Pela direita, de pé direito,
ele apareceu livre na cara do gol
(após esperto ""drible da vaca" no
zagueiro) e fuzilou. Na comemoração, sobrou a emoção que faltou em quase toda a partida.
Com a Ponte Preta discreta no
ataque, quase que satisfeita com o
resultado, o Corinthians tratou de
administrar a pequena, mas valiosa vantagem no marcador.
O resultado não deu nenhum título ao Corinthians. Mas deixou o
time da capital a caminho de um.
Com a vitória, a equipe chegou a
34 pontos e ocupa a quarta posição na tabela. Porém é a melhor
equipe da competição por aproveitamento de pontos.
Já a Ponte Preta, que vinha pintando mais uma vez como um dos
melhores times do país, fica mais
longe da elite do futebol nacional,
dando pinta de morrer na praia,
como nos 70. É a história que insiste em se repetir.
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