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São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 2003

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Ricardinho aceita ser "o culpado"

MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

"Querem que eu assuma a culpa, ok. Pode escrever que eu assumo a derrota, que a culpa foi minha, que eu perdi a bola e o São Paulo perdeu. "All right'?"
O meia Ricardinho fez ironias sobre a crise deflagrada pelas declarações do técnico Roberto Rojas e de seus companheiros após a partida contra o Goiás.
Além de ter dito que a derrota era prevista (assunto de uma outra crise, essa abafada), o técnico e outros jogadores apontaram os erros do meia (na marcação e em uma jogada de ataque) como cruciais para os 3 a 1 para os goianos.
"Não faria esse tipo de comentário [contra um companheiro]. Mas falaram de mim, e eu assumo. Errei, vai ver que foi por isso que o São Paulo perdeu. Vai ver que foi", disse Ricardinho.
Rojas, irritado, fez poucos comentários sobre o desabafo do meia e foi além: ameaçou deixá-lo no banco na partida de quinta-feira contra o Guarani.
"Olha, realmente não está escrito em lugar nenhum que um jogador deva ser titular. Vou fazer o meu trabalho, ficar à disposição. Mas não sou o comandante, sou o comandado", afirmou o atleta.
"O Fábio Santos [lateral-esquerdo reserva] pode fazer a função do Ricardinho. Pode ser que para o grupo, para o que pretendemos fazer na quinta, isso seja necessário. Ficar no banco é algo que deve ser encarado com naturalidade pelo jogador de futebol", disse o treinador, que acrescentou: "Só o Ricardinho pode dar a resposta que queremos. Ele precisa render o que todos esperam."
Já sobre a reunião que teve com o diretor de futebol Juvenal Juvêncio, Rojas, irritado, pouco quis comentar. Muito mais irritado que o técnico, o dirigente foi cobrar explicações sobre as declarações do chileno. Ouviu desculpas.
"A reunião foi normal, a mesma que acontece sempre. Falamos também sobre as minhas declarações, e eu expliquei que as palavras foram colocadas de forma errada. Só isso", disse o técnico, cujo cargo está ameaçado.
Marcelo Portugal Gouvêa foi duro. O presidente do São Paulo disse que não pode assegurar a permanência do chileno até dezembro. À rádio Bandeirantes, ele afirmou que vai se pautar pelos próximos resultados.


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