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Ginasta nota 10 faz alerta a Daiane
DA REPORTAGEM LOCAL
Ela não foi campeã
mundial nem falou com
Daiane dos Santos. Mas foi
a primeira brasileira a brilhar no solo e diz que a sua
compatriota terá que suar
hoje para triunfar em Aarhus. "Gosto da Daiane. A
ginástica dela ficou mais
sutil de 2003 para cá. Mas
ela deve ter visto que até as
colegas de seleção estão no
pé dela em relação a acrobacias", diz Nilda Rosa.
Assim como Daiane ostenta um título mundial
que nenhuma outra atleta
do país tem, Nilda orgulha-se de ser a primeira e
única brasileira ter tirado
nota 10 no solo. Isso mesmo, o tão sonhado 10. E
antes de Nadia Comaneci
na Olimpíada de 76.
"Tinha 14 anos quando
tirei dois 10, no Brasileiro
de 1954. Todos me aplaudiram de pé. Mas a minha
comemoração foi inocente", conta Nilda, 68.
Ela diz que, assim como
Daiane em 2003, assombrou por apresentar elementos diferentes. "Na
época, treinava com homens, então, na competição, apresentei muita coisa que só eles faziam."
Ela diz que o mérito
maior foi ter obtido o 10,
que hoje já não existe
mais, em Porto Alegre, no
RS. "Havia muita política
na época e enorme rivalidade entre RS, SP e RJ."
E ela ainda brilhou fora
do país. Tricampeã brasileira, Nilda tirou quatro 10
no salto no 1º Luso-Brasileiro, em 1960, em Portugal. E diz que hoje a ginástica está nivelada.
"Tenho experiência, por
isso sei que a Daiane terá
muita dificuldade para ganhar. E, caso se baseie só
nas acrobacias, não irá
vencer", diz Nilda. A preocupação da ex-ginasta leva
em conta que o duplo twist
carpado já não é exclusivo.
"A Beth Tweddle [rival de
hoje], a Laís Souza [outra
rival], a Jade [Barbosa,
atleta juvenil] já fazem."
Além de Laís e Tweddle,
Daiane enfrentará Vanessa Ferrari (ITA), Jana Bieger (EUA), Sandra Izbasa
(ROM) e Fei Cheng
(CHN), que tiraram além
de 15,2. "Só quero competir bem", diz Daiane, que
chegou a 15,150.0
(CCP)
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