São Paulo, sábado, 21 de outubro de 2006

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Caso Carlos Alberto faz Leão voltar a desafiar MSI

A amigos, Kia rebate técnico e diz que situação é culpa da diretoria corintiana

"Eu sou o treinador", afirma comandante corintiano, reforçando que nem pedido de iraniano muda quadro de meia, que segue sem treinar

EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL A JARINU

O treinador Emerson Leão, mais uma vez, desafiou a autoridade do iraniano Kia Joorabchian, presidente da MSI.
Como tem sido corriqueiro desde que foi contratado, ele novamente agiu como soldado de Alberto Dualib e disse que nem com uma eventual ordem do iraniano aceita o meia Carlos Alberto de volta ao time.
"Aí é diferente. Eu sou o treinador. Senão não precisaria de treinador", disparou Leão.
A amigos, Kia rebateu o treinador. Disse que a atual situação do Corinthians é responsabilidade do clube, que comanda o departamento de futebol desde a chegada de Leão.
O iraniano avalia não entender como um bate-boca entre técnico e jogador não tem solução após dez dias, principalmente com o clube precisando do atleta na atual situação.
Comentou também que o episódio demonstra que Leão tem dificuldade em lidar com estrelas e que, por isso, rejeitou contratar o técnico nas cinco vezes em que empresários ligados a ele o ofereceram à MSI.
Ontem, o meia, afastado por discutir com o técnico, novamente não foi treinar no Parque São Jorge, como estava programado pela comissão técnica. Segundo o jogador, ele recebeu orientação de Kia para aguardar em casa até que a situação seja definida.
Carlos Alberto telefonou para o iraniano e disse que, se não for reintegrado, quer sair.
Segundo o gerente de futebol corintiano, Edvar Simões, o meia será punido. "Estamos elaborando relatório e na próxima semana vamos definir isso", declarou o dirigente.
Ele explicou que, como o atleta pediu ajuda a Kia, a situação deve ser resolvida diretamente pelo presidente corintiano. Essa também é a opinião de Leão. "É a nossa obrigação dar toda a condição para o atleta treinar. Esta novidade [o fator Kia] já passamos à parte diretiva. O Carlos Alberto não teve paciência para esperar a segunda ordem", disse o técnico.
Para Leão, o atrito com Carlos Alberto tem sido bom, de certa forma, para o time, concentrado em Jarinu e em greve de silêncio com os jornalistas desde segunda-feira. Ele disse a pessoas próximas que o assunto tem recebido mais holofotes por parte da imprensa do que a preparação da equipe, que está na zona de rebaixamento.
"Não teve impacto nenhum [o afastamento de Carlos Alberto] no grupo. São todos profissionais", disse o treinador.
A saída do meia já é dada como certa. Carlos Alberto, que custou cerca de R$ 24 milhões, foi a terceira contratação mais cara da parceria entre clube e MSI. Dualib, que tentou, em vão, a reintegração do meia, não aceita por Leão, já contava com a exclusão do jogador, mas apenas ao final da temporada. Faz parte dos planos do presidente corintiano montar um time para 2007 sem os atletas da MSI. Leão foi orientado a começar a fazer a "limpeza."
Carlos Alberto disse ter propostas de Internacional, Cruzeiro e Fluminense. O meia tem contrato com o Corinthians até janeiro de 2010.


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