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JUCA KFOURI
Centroavante para quê?
Quem tem os três homens
de frente que a seleção
tem só precisa do velho 9
de ofício se este for gênio
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QUANDO TOSTÃO fez o que fez
na Copa de 1970, começou
uma discussão que até hoje é
recorrente sobre o papel do centroavante no futebol moderno.
A genial participação do mineiro
no México decretaria o fim do centroavante tradicional, como o antecessor dele na campanha do bicampeonato, o pernambucano Vavá.
No máximo, diziam, sobreviveria
um Gerd Müller, o camisa 9 da Alemanha, que brilharia na Copa seguinte, em 1974. Só que, depois do
alemão, vieram outros e outros.
Nem vale citar Romário, que era
tudo e mais um pouco, menos um
centroavante tradicional, só forte,
trombador e goleador.
Mas, para ficar num exemplo que
todos conhecem (e para não falar
em outros craques do comando do
ataque, como o brasileiro Careca e o
holandês Van Basten), nasceu Ronaldo, o Fenômeno.
Hoje não temos entre os nacionais
nenhum centroavante da estirpe
dos citados, embora Vágner Love
não seja desprezível e ainda haja opções futuras, como o paranaense
Alexandre Pato, o mineiro Fred e o
paranaense Nilmar, os três últimos,
contudo, muito menos os chamados
atacantes de referência e muito
mais os de mobilidade e toque.
Claro, Ronaldo ainda é uma possibilidade, embora remota.
Daí estar cada vez mais convencido de que a melhor solução agora
para a seleção brasileira é jogar mesmo sem um centroavante fixo, com
Elano no reforço à marcação para
que Kaká, Ronaldinho e Robinho tenham ainda mais liberdade.
E não porque a saída de Love tenha sido a razão para os três gols seguidos diante do Equador.
Mas porque está mais que claro
que, acima dos desenhos táticos,
certamente importantes, o que decide um jogo é mesmo a capacidade
individual, ao menos quando um time a tem de sobra.
E o trio mágico tem a tal ponto que
pode jogar 89 minutos para merecer
uma nota 6 e, no minuto restante,
enfiar uma bola, dar um drible ou fazer um gol que a eleve dois pontos
imediatamente. E, se duvidar, nos
acréscimos, os três acabam por merecer nota 9. Porque 10 só para Deus
e para a bola de Pelé. Ou para Tostão,
que ganhou o ponto adicional ao ser
o colunista e o brasileiro que é.
Momento mágico
O equatoriano De la Cruz entrou
para a história do futebol, assim como o então corintiano Rogério.
Graças a Robinho.
Porque na imensidão do gramado do Maracanã, ele precisou do espaço de apenas um lenço para
imortalizar um momento desses
dignos daquele na decisão do Brasileirão de 2002, no Morumbi.
Então, foram as oito pedaladas.
Agora foram dois passos, dois
passes de mágica, sem tocar a bola,
porque, ali, na bola não se toca, só
se sugere, como diante da amada,
quando, antes do toque, há a carinhosa insinuação.
Momento trágico
Nada mais repulsivo que a campanha do presidente da CBF contra a CPMI Corinthians/MSI. E nada
mais revelador de quem são alguns
parlamentares de todos, rigorosamente todos, os grandes partidos.
Daí o "jogo da família" ter sido o
do senta, levanta. Elementar.
blogdojuca@uol.com.br
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