São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 2011

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ESTICA E PUXA

Fifa leva em conta tamanho dos estádios para definir tabela da Copa e também agrada a aliados de Teixeira; Itaquerão é confirmado para a abertura

Harold Cunningham/Getty Images
Joseph Blatter, presidente da Fifa, assiste à cerimônia da divulgação da tabela da Copa do Mundo de 2014

RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A ZURIQUE

Com um misto de critério técnico e político, a tabela da Copa-2014 concentrou quase dois terços dos jogos nas regiões Sudeste e Nordeste. E minimizou a participação dos extremos sul e norte.
Dessa forma, evitou-se a regionalização dos times, que atuarão por todo país.
O cronograma das partidas foi anunciado ontem pela Fifa e pelo COL (Comitê Organizador Local), na Suíça.
"Foram seis meses. Às vezes, levávamos a cópia da tabela para fora do COL para evitar que algo vazasse", declarou o diretor de operações do comitê, Ricardo Trade.
Mas não foi surpresa quando São Paulo foi premiada com a abertura e mais cinco partidas, sendo uma semifinal. O Itaquerão terá a seleção pelo menos uma vez e pode recebê-la de novo se o time for segundo de seu grupo e chegar às semifinais.
A cidade ganhou dois jogos eliminatórios. E também se tornou polo de eventos, com sorteios e congressos. Sua ascensão ocorre por seu peso econômico. E graças ao investimento público maciço feito no estádio. "É incentivo fiscal para alavancar investimento na cidade. Não estamos retirando dinheiro do caixa do município", afirmou Gilmar Tadeu, secretário da Copa do município de São Paulo.
O Rio de Janeiro mantém seu papel central. É a sede da final e de mais seis jogos, o maior número, ao lado de Brasília. Porém pode reclamar de só receber a seleção em caso de ela ir à decisão.
Outras cidades vitoriosas são a capital federal, Belo Horizonte e Fortaleza.
Com seus governadores presentes, Agnelo Queiroz (DF) e Antônio Anastasia (MG), Distrito Federal e Minas Gerais levaram juntos 13 partidas, com uma semifinal e até três jogos da seleção.
O Brasil só vai atuar em estádios com capacidade para 60 mil pessoas ou mais, como a Folha antecipou.
Os estádios de Belo Horizonte e Brasília têm obras avançadas. E Minas Gerais conta com um forte aliado político do presidente do COL, Ricardo Teixeira: o senador Aécio Neves (PSDB).
Fortaleza pode ter o Brasil duas vezes, em seis jogos. É lá que estão Ciro Gomes e Tasso Jereissati, aliados de Teixeira. E as obras da arena avançam rápido, diz o COL. "Há a questão de sermos os mais próximos da Europa", lembrou o secretário da Copa do Ceará, Ferrucio Feitosa.
Assim, o COL deu ao Nordeste o maior número de jogos: 21. Nordeste e Sudeste têm, juntos, 62% da Copa.
E reduziu o espaço do Sul. Serão só nove jogos na região: quatro em Curitiba e cinco em Porto Alegre, berço político da presidente Dilma Rousseff, com quem a Fifa briga pela Lei Geral da Copa. No Norte, há quatro para Manaus.
"A ideia da Fifa era para os jogadores descansarem ao máximo. Quando houver viagem longa, o time terá um dia a mais", disse Trade, do COL.
Para atender às TVs europeias, foram estabelecidos três horários para os jogos na primeira fase, 13h, 16h e 19h. Só uma partida será às 22h.
Também há a intenção de se evitar muito frio ou muito calor, dependendo da sede. As partidas de abertura, semifinais e finais serão no meio da tarde. E agora é certo: às 17 horas de 12 de junho de 2014, no estádio do Corinthians, começará o Mundial.



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