MARÍLIA RUIZ
ENVIADA ESPECIAL A JARINU

O Corinthians antecipou a escolha do novo fornecedor de material esportivo para poder quitar as dívidas com os jogadores. A Adidas, por enquanto, é a empresa que melhor proposta apresentou, mas a Topper, atual parceira corintiana, pediu um tempo para estudar uma maneira de fazer uso do seu direito de preferência.
O contrato atual, de cerca de R$ 3 milhões anuais, será superado em valor e quantidade de regalias para o clube.
"Recebemos propostas da Nike, da Topper e da Adidas, mas temos que pensar bem. Os valores são até parecidos, mas cada uma delas está oferecendo um diferencial no contrato. Isso é que nos interessa", disse o vice de futebol corintiano, Antonio Roque Citadini.
É por isso que a Adidas está à frente das concorrentes. A Folha apurou que a empresa ofereceu colocar o uniforme do clube em todas as suas lojas exclusivas pelo mundo, ao lado das dos outros times patrocinados pela empresa, como o espanhol Real Madrid e o alemão Bayern de Munique.
Conta ainda a visibilidade que o time ganharia ao ter seu material e informações a seu respeito incorporados no site oficial da empresa. Além disso, a multinacional estuda pagar o salário de imagem de alguns jogadores, que por ela seriam patrocinados.
Salário de imagem que é o que justamente está tumultuando o ambiente da equipe, que está concentrada em Jarinu para o jogo do domingo, contra o Atlético-MG.
A diretoria corintiana justifica as suas dívidas com a ruptura da parceria com o HMTF, que durou pouco mais de três anos.
O fundo norte-americano apresentou o pedido de rescisão de contrato em setembro passado, mas não devolveu aos cofres do clube as receitas do departamento de futebol que administrava.
Mesmo com as contas deficitárias, os dirigentes prometeram aos jogadores pagar o "bicho" pela conquista da Copa do Brasil até o final desta semana.
Os salários de imagem, como foi prometido aos jogadores em reunião feita anteontem, serão pagos tão logo o time receba os adiantamentos dos contratos de 2003.
"Estamos tranquilos. Não sei nada sobre a Copa do Brasil porque não estava aqui. Mas a nossa negociação foi boa e agora estamos preocupados só com o jogo de domingo", disse o atacante Guilherme, um dos corintianos que formam a "chapa de negociação", além de Fábio Luciano, Scheidt, Vampeta e Rogério.
"Não é inteligente discutir isso publicamente neste momento. Já falei com os jogadores. Mas já conversamos com a diretoria e estamos cientes dos esforços deles", afirmou o técnico Carlos Alberto Parreira, tentando por um ponto final no assunto.
O atacante Gil disse que se sente com as "mãos atadas" e sem ter perspectiva. "Disseram que vão pagar até o final da semana? Eu acho difícil que isso aconteça."
A reportagem não obteve resposta da Topper, da Nike e da Adidas no Brasil.


Texto Anterior: O que ver na TV
Próximo Texto: Parreira tenta acertar a mira dos jogadores
Índice