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FUTEBOL
Time fecha em baixa ciclo de 12 jogos, prazo estipulado para "achar cara"
Tropeços da seleção fazem ruir a "profecia" de Parreira
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
"Só depois de dez ou 12 jogos a
seleção vai ter a minha cara." Carlos Alberto Parreira disse essa frase em abril. Pelo que aconteceu
depois, deve estar arrependido.
O prazo para o Brasil atuar como queria o seu técnico acabou
anteontem, quanto o time empatou, em Curitiba, com o Uruguai
em 3 a 3, justamente na 12ª partida sob o comando de Parreira.
E, pelo retrospecto, a cara da
equipe nacional é hoje bem feia.
Nas eliminatórias, o time vai
terminar o ano no terceiro posto
(estava em primeiro semana passada), com oito pontos em quatro
jogos, em performance idêntica
no mesmo número de partidas
iniciais da desastrosa campanha
no qualificatório para 2002.
Em 12 partidas no ano, foram
apenas cinco vitórias, o que significa um aproveitamento de 42%.
Como comparação, na trágica
temporada de 2001, quando o
Brasil correu sério risco de não
conseguir vaga para a Copa da
Coréia e Japão, a marca foi quase
igual à atual -40%.
O time de Parreira também está
longe do equilíbrio tão desejado
por seu chefe. Na defesa, o jogo
aéreo é um tormento. "O que temos de corrigir, está muito claro,
são essas jogadas de bola aérea
dentro da área", reconhece o treinador brasileiro.
No ataque o panorama não é diferente. Em 12 jogos, foram só 15
gols. "Estatística não serve para
nada, não muda resultado de jogo, mas foram 27 finalizações e
dez oportunidades de gols que
normalmente os jogadores que
nós temos não perdem", disse
Parreira sobre o desempenho
ofensivo contra os uruguaios, em
discurso parecido com o utilizado
em toda a temporada. A falta de
pontaria, para o técnico, justifica
o baixo número de gols.
Para os jogadores, a cara da seleção não é tão feia. Depois de falhar
no primeiro gol uruguaio, o zagueiro Roque Júnior elogiou o sistema defensivo. Para o jogador do
inglês Leeds, os adversários só fazem gols em jogadas aérea no
Brasil por não conseguirem penetrar na zaga nacional por baixo.
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