|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Agora desembargador diz que magistrados cumpriram papel no STJD
Fora, Luiz Zveiter já prega
a renovação do tribunal
SERGIO RANGEL
DA SUCURSAL RIO
Ao deixar o Superior Tribunal
de Justiça Desportiva (STJD), destituído pelo Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) anteontem, o desembargador Luiz Zveiter mudou
o discurso: disse que o órgão não
precisa mais de magistrados e
pregou a alternância de poder.
Antes de ser impedido de ficar,
ele pregava que os juízes davam
mais credibilidade aos tribunais
esportivos. E, com um intervalo
de um ano, ficou por dez anos à
frente do STJD, sem permitir a renovação do órgão.
"Acho que cumprimos o nosso
papel [magistrados]. Sem nenhum interesse, demos a nossa
contribuição. Ninguém pode se
perenizar no cargo", disse Zveiter.
Com esse discurso, ele reafirmou que não vai recorrer da decisão do CNJ -havia possibilidade
de tentar reverter a decisão.
Desembargador da 9ª Câmara
Cível, disse que vai se dedicar ao
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, onde vai concorrer à vaga
de corregedor-geral. No futuro, a
intenção de Zveiter é assumir a
presidência do órgão.
Para substituí-lo na presidência
do tribunal do esporte, indicou
Rubens Aprobatto, ex-presidente
do OAB, que foi seu aliado.
A partir de 1º de janeiro, o advogado já será o comandante do tribunal de forma provisória, como
mais antigo auditor. Isso porque o
vice-presidente do STJD, Nelson
Thomaz Braga, também será destituído porque é desembargador
do Tribunal Regional do Trabalho-RJ, cargo que não pretende
abandonar no momento.
"O Aprobatto é um bom nome
por causa da sua experiência",
afirmou Zveiter.
Apesar de dizer que era hora de
sair, ele deixou escapar uma alfinetada contra seus críticos, afirmando que o mundo do futebol
vai sentir sua falta.
"Agora estou de fora. Vamos
ver no final do campeonato do
ano que vem se eles vão sentir
saudades de mim", afirmou.
Mesmo assim, ele acha que a
CBF, com que brigou pelo poder,
não vai dominar o tribunal. "O
Brasil não comporta mais retrocesso neste campo."
Embora vá deixar o cargo no
momento, Thomaz Braga, candidato da CBF à presidência do tribunal, projeta uma volta à Justiça
Desportiva. Seu filho é casado
com a filha do presidente da confederação, Ricardo Teixeira.
"Eu não descarto essa possibilidade. Mas ainda haverá um tempo no tribunal [trabalhista]. Não
coloco prazos", afirmou.
Responsável por indicar Zveiter, a Federação dos Atletas (Fenapaf) espera apenas o comunicado oficial da sua saída para realizar uma assembléia na qual escolherá dois novos nomes para o
tribunal -Luiz Lanfredi também
saiu, e os clubes terão de indicar
outro nome.
Colaborou Rodrigo Mattos,
da Reportagem Local
Texto Anterior: Em maratona de 10 horas, São Paulo pára São Paulo Próximo Texto: Polêmicas Índice
|