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TÊNIS
Depois de fracassos seguidos na Austrália, brasileiro vira jurado de concurso de beleza em Florianópolis
Kuerten vê biquínis para diluir derrota
FERNANDO ITOKAZU
enviado especial a Florianópolis
Depois de duas derrotas em
suas duas primeiras partidas na
temporada de 2000, o tenista brasileiro Gustavo Kuerten vai usar
um concurso de biquínis e o surfe
para relaxar antes do início dos
treinos para a Copa Davis.
De bermuda, com corrente no
pescoço e óculos escuros, Kuerten
foi a grande atração de ontem no
Reef Brasil Classic, a segunda etapa do WQS (World Qualifying Series, divisão de acesso do surfe
mundial), na praia da Joaquina,
em Florianópolis (SC).
O tenista assistiu a algumas triagens do campeonato e confirmou
presença como jurado do Miss Biquíni, um dos eventos do campeonato, marcado para amanhã.
"De surfe eu não entendo muito, mas de biquíni acho que posso
ser jurado", brincou o surfista nas
horas vagas Gustavo Kuerten, 23,
que havia chegado no final da
noite de anteontem a Florianópolis, onde mora.
O catarinense disse que pretende ficar dois dias "de bobeira,
vendo os caras", antes de iniciar
os treinos para os jogos contra os
franceses na próxima segunda-feira, pela Copa Davis.
"Minha preocupação agora é
descansar. Vou deixar o surfe para quem sabe. É mais fácil ficar de
fora, posso ficar só olhando e cornetando", disse Kuerten.
O Brasil enfrenta a França na
primeira rodada da Davis, o principal torneio entre países, de 4 a 6
de fevereiro, na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina),
em Florianópolis.
Segundo Kuerten, que terminou o ranking do ano passado da
ATP (Associação dos Tenistas
Profissionais) na quinta colocação, o fato de seus resultados na
Austrália não terem sido bons deve servir como motivação.
O brasileiro perdeu para os espanhóis Francisco Clavet e Albert
Portas, respectivamente, nas primeiras rodadas do Torneio de
Sydney, na semana passada, e do
Aberto da Austrália -o primeiro
Grand Slam do ano ainda está
sendo disputado em Melbourne.
"Como não fui tão bem na Austrália, agora preciso melhorar
meu desempenho."
O brasileiro, que deve começar
a treinar no local do confronto
com a França na quarta-feira, disse que não encara as partidas como uma revanche.
No ano passado, o Brasil foi eliminado nas quartas-de-final da
Davis pela equipe do capitão Guy
Forget, na cidade francesa de Pau.
Na ocasião, os adversários festejaram vestindo camisas da seleção
francesa de futebol, que comemorava um ano da conquista da Copa-98, também em cima do Brasil.
"Aquilo foi uma coisa normal,
que faz parte. Acho que quem está
de fora é que sente mais as dores",
declarou Kuerten.
O brasileiro disse, porém, que
isso não deve influenciar o comportamento da torcida.
"O pessoal já está acostumado
com a competição. Não devemos
ter nenhum problema."
Quatro anos atrás, no confronto
entre Brasil e Áustria pela Davis,
realizado em São Paulo, o ex-número um do mundo Thomas
Muster acabou abandonando a
quadra fazendo críticas ao comportamento dos torcedores, que,
segundo ele, teriam insultado a
equipe austríaca.
Preferidos
Gustavo Kuerten apontou três
surfistas locais como potenciais
vencedores da etapa do WQS.
"O Guga (Arruda), o Teco e o
Neco (Padaratz) são os xodós do
pessoal daqui. São os surfistas
com os quais tenho um relacionamento mais direto", disse.
Os três estão entre os cabeças-de-chave que estréiam hoje na
competição após dois dias de disputas preliminares.
O tenista também elogiou seu
primo Daniel Kuerten, 16, que anteontem fez sua estréia em uma
etapa do Circuito Mundial e foi
eliminado na primeira bateria
que disputou.
"O cara manda bem, fica 25 horas por dia dentro d'água", afirmou Kuerten. "Tomara que ele
honre o nome da família como
surfista, coisa que eu não consegui fazer", afirmou.
O jornalista Fernando Itokazu viaja a convite da organização do Brazil Reef Classic
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