São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

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Agora a torcida pode confiar, diz Mano

Treinador do Corinthians, que estreia hoje contra o Barueri, afirma que time inicia temporada melhor do que em 2008

Para técnico gaúcho, equipe conseguiu reverter cenário que ele encontrou no clube e, após a pré-temporada, tem potencial para triunfar


EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL A ITU

Na bucólica concentração do Corinthians em Itu, Mano Menezes, 46, está à vontade. Antes da entrevista com a Folha, brinca com membros da comissão técnica. E ri à toa. O semblante do técnico gaúcho contrasta com o de preocupação que exibia um ano atrás, no mesmo lugar, quando assumia a missão de tirar o time da segunda divisão do Brasileiro. Na véspera da estreia no Estadual, ante o Barueri, hoje às 19h30, no Pacaembu, Mano se diz tranquilo com os rumos do clube, satisfeito com o time que tem e com uma certeza: "Agora, o torcedor pode confiar".

 

FOLHA - Como via o Corinthians quando chegou e como vê hoje?
MANO MENEZES
- Quando cheguei, em janeiro de 2008, o clube vivia seu pior momento. A queda deixou todos abatidos.
Eu via a necessidade de recomeçar do zero Você via as pessoas sem confiança, sem vislumbrar nada de bom. Passado um ano, nós conseguimos modificar isso, de torcida a profissionais, evoluindo até formar a equipe de agora.

FOLHA - Dá para falar que o Corinthians evoluiu muitos anos em um?
MANO
- Pela sequência dos últimos anos, sim. O torcedor vê no Corinthians de hoje um time em que ele pode confiar, que terá problemas, como todos têm, mas com boa capacidade de lutar por títulos.

FOLHA - O Corinthians começou a pré-temporada mais cedo, com elenco formado. Quanto isso ajuda?
MANO
- Dia 26 [de dezembro] não é data convencional para se apresentar, todos querem ficar mais tempo em férias. Porém os nossos jogadores entenderam que vivemos um momento da transição, da dificuldade para saltos maiores.

FOLHA - Os reforços foram os que você pediu ou faltou alguém?
MANO
- Estou bastante satisfeito com os atletas que contratamos. Lista de jogadores já fiz muitas, é difícil concretizar tudo. Mas o Corinthians foi competente, e os atletas que buscamos eram os que precisávamos.
E minha responsabilidade cresce à medida em que há valores melhores para formar o time. Mas estou tranquilo.

FOLHA - O que seria pior: ficar sem título ou sem vaga na Libertadores?
MANO
- Penso que o título, exceto pelo Paulista, traz a vaga na Libertadores. Temos essa ambição porque entendemos que subimos de patamar. A vaga na Libertadores vale mais que o título paulista. É o sonho da torcida o título da Libertadores. Seria num ano especial, mas só vamos ganhar a Copa do Brasil ou ir à Libertadores no Brasileiro, até ganhando o título, fazendo um bom Paulista.

FOLHA - Quais as dificuldades que você vê no time?
MANO
- Dificuldades naturais. Mudamos um pouco a forma de jogar e é preciso evoluir com essa formação. Mas largaremos bem melhor do que em 2008.

FOLHA - Em 2008, você teve muita paciência alguns jogadores, como Lulinha e Acosta. Vai ter paciência com Ronaldo?
MANO
- Os treinadores, em geral, têm paciência. O técnico não pode oscilar na maneira de pensar. O atleta depende muito da segurança que o técnico passa. E ela é fundamental para seu crescimento ou recuperação. Estamos vendo atletas que não foram bem em 2008 iniciarem melhor esta temporada.

FOLHA - Você jamais tinha trabalhado com uma estrela da magnitude de Ronaldo. Como está sendo?
MANO
- Dizem que a primeira vez é especial. Para mim, está sendo. Respeito se conquista, não se decreta. Ele está tendo a mesma atitude no dia-a-dia, por isso todos gostam dele.

FOLHA - Aqui, lugar fechado, é fácil para controlar o Ronaldo. Preocupa o time deixar a concentração?
MANO
- Não, porque o Ronaldo me pareceu sempre muito inteligente. Ele não fez todo esse sacrifício para jogar fora por descuidos pessoais.

FOLHA - O clube vai passar por eleições em fevereiro. Se Andres Sanchez não se reeleger, você continua?
MANO
- O presidente Andres ganhará, porque o trabalho de reestruturação do clube é bom, os sócios sabem disso, e a continuidade é importante para que não haja arrependimento.

FOLHA - Você tem projeto para treinar um grande clube da Europa?
MANO
- Mais para a frente pode acontecer. Mas não quero que seja no ano que vem.

FOLHA - Em seu plano está ser o técnico no ano do centenário?
MANO
- Vejo isso exatamente como uma sequência natural.


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