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Agora a torcida pode confiar, diz Mano
Treinador do Corinthians, que estreia hoje contra o Barueri, afirma que time inicia temporada melhor do que em 2008
Para técnico gaúcho, equipe
conseguiu reverter cenário que ele encontrou no clube
e, após a pré-temporada,
tem potencial para triunfar
EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL A ITU
Na bucólica concentração do
Corinthians em Itu, Mano Menezes, 46, está à vontade. Antes
da entrevista com a Folha,
brinca com membros da comissão técnica. E ri à toa. O
semblante do técnico gaúcho
contrasta com o de preocupação que exibia um ano atrás, no
mesmo lugar, quando assumia
a missão de tirar o time da segunda divisão do Brasileiro.
Na véspera da estreia no Estadual, ante o Barueri, hoje às
19h30, no Pacaembu, Mano se
diz tranquilo com os rumos do
clube, satisfeito com o time que
tem e com uma certeza: "Agora, o torcedor pode confiar".
FOLHA - Como via o Corinthians
quando chegou e como vê hoje?
MANO MENEZES - Quando cheguei, em janeiro de 2008, o clube vivia seu pior momento. A
queda deixou todos abatidos.
Eu via a necessidade de recomeçar do zero Você via as pessoas sem confiança, sem vislumbrar nada de bom. Passado
um ano, nós conseguimos modificar isso, de torcida a profissionais, evoluindo até formar a
equipe de agora.
FOLHA - Dá para falar que o Corinthians evoluiu muitos anos em um?
MANO - Pela sequência dos últimos anos, sim. O torcedor vê
no Corinthians de hoje um time em que ele pode confiar,
que terá problemas, como todos têm, mas com boa capacidade de lutar por títulos.
FOLHA - O Corinthians começou a
pré-temporada mais cedo, com
elenco formado. Quanto isso ajuda?
MANO - Dia 26 [de dezembro]
não é data convencional para se
apresentar, todos querem ficar
mais tempo em férias. Porém
os nossos jogadores entenderam que vivemos um momento
da transição, da dificuldade para saltos maiores.
FOLHA - Os reforços foram os que
você pediu ou faltou alguém?
MANO - Estou bastante satisfeito com os atletas que contratamos. Lista de jogadores já fiz
muitas, é difícil concretizar tudo. Mas o Corinthians foi competente, e os atletas que buscamos eram os que precisávamos.
E minha responsabilidade
cresce à medida em que há valores melhores para formar o
time. Mas estou tranquilo.
FOLHA - O que seria pior: ficar sem
título ou sem vaga na Libertadores?
MANO - Penso que o título, exceto pelo Paulista, traz a vaga
na Libertadores. Temos essa
ambição porque entendemos
que subimos de patamar. A vaga na Libertadores vale mais
que o título paulista. É o sonho
da torcida o título da Libertadores. Seria num ano especial,
mas só vamos ganhar a Copa do
Brasil ou ir à Libertadores no
Brasileiro, até ganhando o título, fazendo um bom Paulista.
FOLHA - Quais as dificuldades que
você vê no time?
MANO - Dificuldades naturais.
Mudamos um pouco a forma de
jogar e é preciso evoluir com essa formação. Mas largaremos
bem melhor do que em 2008.
FOLHA - Em 2008, você teve muita
paciência alguns jogadores, como
Lulinha e Acosta. Vai ter paciência
com Ronaldo?
MANO - Os treinadores, em geral, têm paciência. O técnico
não pode oscilar na maneira de
pensar. O atleta depende muito
da segurança que o técnico passa. E ela é fundamental para
seu crescimento ou recuperação. Estamos vendo atletas que
não foram bem em 2008 iniciarem melhor esta temporada.
FOLHA - Você jamais tinha trabalhado com uma estrela da magnitude de Ronaldo. Como está sendo?
MANO - Dizem que a primeira
vez é especial. Para mim, está
sendo. Respeito se conquista,
não se decreta. Ele está tendo a
mesma atitude no dia-a-dia,
por isso todos gostam dele.
FOLHA - Aqui, lugar fechado, é fácil
para controlar o Ronaldo. Preocupa
o time deixar a concentração?
MANO - Não, porque o Ronaldo
me pareceu sempre muito inteligente. Ele não fez todo esse
sacrifício para jogar fora por
descuidos pessoais.
FOLHA - O clube vai passar por eleições em fevereiro. Se Andres Sanchez não se reeleger, você continua?
MANO - O presidente Andres
ganhará, porque o trabalho de
reestruturação do clube é bom,
os sócios sabem disso, e a continuidade é importante para que
não haja arrependimento.
FOLHA - Você tem projeto para
treinar um grande clube da Europa?
MANO - Mais para a frente pode acontecer. Mas não quero
que seja no ano que vem.
FOLHA - Em seu plano está ser o
técnico no ano do centenário?
MANO - Vejo isso exatamente
como uma sequência natural.
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