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São Paulo, sábado, 22 de fevereiro de 2003

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VÔLEI

Clube irá recorrer da sentença

Na Justiça, Giovane é liberado do Suzano

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O ponta Giovane obteve ontem, na Justiça do Trabalho de Suzano (SP), a liberação para continuar atuando pelo Cuneo, da Itália.
"Essa novela me chateou, mas teve um final justo. A decisão só mostra que eu estava certo quando deixei o clube", diz Giovane.
No processo, o Suzano também foi condenado a registrar o jogador em carteira, além de pagar cerca de R$ 35 mil em direitos trabalhistas. Caso tivesse perdido o processo, Giovane teria que deixar a Itália. É o primeiro caso no Brasil de liberação de um atleta do vôlei conseguida na Justiça.
"Isso cria uma jurisprudência. A partir de agora, qualquer atleta pode requerer os direitos trabalhistas, e nenhum clube terá como segurar o jogador", crê Wilson Marqueti, advogado de Giovane.
Apesar da derrota inicial, o Suzano ainda irá recorrer. O clube exige o pagamento de uma multa rescisória -no valor de cerca de R$ 380 mil- para liberar o atleta.
"O Giovane não ganhou 100% a ação. O juiz entendeu que a culpa pelo descumprimento do contrato foi do atleta. Achamos contraditória essa liberação. Vamos entrar com um embargo de declaração [espécie de recurso] pedindo um esclarecimento disso", afirmou Paula Florentino de Barros Duque, advogada do Suzano.
O time ainda tem cinco dias úteis para entrar com esse recurso. A Justiça deve se pronunciar novamente em cerca de 40 dias.
O imbróglio trabalhista entre Giovane e o Suzano começou em dezembro do ano passado, quando o jogador acertou um contrato de 30 meses com o Banespa e foi apresentado como reforço do clube para a disputa da Superliga.
O Suzano, porém, vetou a liberação do atleta e exigiu o pagamento de uma multa rescisória, que o time rival achou abusiva.
A CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) interveio e tentou costurar um acordo entre as equipes, mas não houve consenso.
No final do ano, sem conseguir no país uma solução para o problema, Giovane foi demitido do Banespa e assinou contrato com o Cuneo. Em janeiro, o caso foi parar na Justiça, pois o jogador requereu os direitos garantidos a qualquer trabalhador. Com a vitória, o atleta estaria liberado para jogar no clube que quisesse.
Agora, o jogador estuda acionar também o Banespa na Justiça. Segundo o atleta, o clube não lhe pagou os direitos de imagem referentes a dezembro. "Ainda não me decidi sobre isso", afirmou.


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