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VÔLEI
Clube irá recorrer da sentença
Na Justiça, Giovane é liberado do Suzano
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O ponta Giovane obteve ontem,
na Justiça do Trabalho de Suzano
(SP), a liberação para continuar
atuando pelo Cuneo, da Itália.
"Essa novela me chateou, mas
teve um final justo. A decisão só
mostra que eu estava certo quando deixei o clube", diz Giovane.
No processo, o Suzano também
foi condenado a registrar o jogador em carteira, além de pagar
cerca de R$ 35 mil em direitos trabalhistas. Caso tivesse perdido o
processo, Giovane teria que deixar a Itália. É o primeiro caso no
Brasil de liberação de um atleta do
vôlei conseguida na Justiça.
"Isso cria uma jurisprudência.
A partir de agora, qualquer atleta
pode requerer os direitos trabalhistas, e nenhum clube terá como
segurar o jogador", crê Wilson
Marqueti, advogado de Giovane.
Apesar da derrota inicial, o Suzano ainda irá recorrer. O clube
exige o pagamento de uma multa
rescisória -no valor de cerca de
R$ 380 mil- para liberar o atleta.
"O Giovane não ganhou 100% a
ação. O juiz entendeu que a culpa
pelo descumprimento do contrato foi do atleta. Achamos contraditória essa liberação. Vamos entrar com um embargo de declaração [espécie de recurso] pedindo
um esclarecimento disso", afirmou Paula Florentino de Barros
Duque, advogada do Suzano.
O time ainda tem cinco dias
úteis para entrar com esse recurso. A Justiça deve se pronunciar
novamente em cerca de 40 dias.
O imbróglio trabalhista entre
Giovane e o Suzano começou em
dezembro do ano passado, quando o jogador acertou um contrato
de 30 meses com o Banespa e foi
apresentado como reforço do clube para a disputa da Superliga.
O Suzano, porém, vetou a liberação do atleta e exigiu o pagamento de uma multa rescisória,
que o time rival achou abusiva.
A CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) interveio e tentou
costurar um acordo entre as equipes, mas não houve consenso.
No final do ano, sem conseguir
no país uma solução para o problema, Giovane foi demitido do
Banespa e assinou contrato com o
Cuneo. Em janeiro, o caso foi parar na Justiça, pois o jogador requereu os direitos garantidos a
qualquer trabalhador. Com a vitória, o atleta estaria liberado para
jogar no clube que quisesse.
Agora, o jogador estuda acionar
também o Banespa na Justiça. Segundo o atleta, o clube não lhe pagou os direitos de imagem referentes a dezembro. "Ainda não
me decidi sobre isso", afirmou.
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