São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

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CARLOS SARLI

O gigante não veio


Mesmo sem a onda exigida, o circuito mundial de surfe tow in teve seu início, com destaque para dupla do país


A ANSIEDADE era tanta que, mesmo com as ondas não chegando ao tamanho mínimo exigido para o campeonato, o sinal verde foi dado para a primeira etapa do primeiro Circuito Mundial de surfe tow in.
O swell era de 15 a 18 pés, inferior aos 20 pés "exigidos" pela Association of Professionals Towsurfers, que, mesmo assim, no dia 15, armou o circo em Puena Point, Haleiwa, no North Shore da ilha de Oahu, Havaí.
Pela manhã, as ondas não passavam dos oito pés, mas cresceram um pouco. As primeiras baterias do Bank of Hawaii Tow In Championship foram para água às 10h com as 20 duplas convidadas, 3 delas brasileiras, Carlos Burle/Eraldo Gueiros, Danilo Couto/Rodrigo Resende, Everaldo "Pato" Teixeira/Sylvio Mancusi, além de Yuri Soledade, em dupla com o havaiano John Gangini.
Na primeira fase, duas duplas entravam de cada vez, formando dez baterias, das quais as oito melhores pontuações seguiriam adiante. As duplas Burle/Eraldo e Resende/Couto se enfrentaram, ambas chegaram a ser anunciadas como classificadas, mas uma recontagem de pontos eliminou esta última.
Apesar de pequenas para o padrão do surfe a reboque, as ondas eram longas, possibilitando muitas e fortes manobras. Durante as baterias de 25 minutos, surfista e piloto do jet-ski se revezavam. Burle e Eraldo foram os únicos do Brasil a avançar para a segunda fase, em mata-mata.
E logo de cara pegaram a dupla Garrett MacNamara/Keali Mamala, campeã dessa prova em 2006, quando o circuito ainda não rolava.
Com um excelente desempenho de Eraldo, a dupla passou mais três baterias e chegou à final, enfrentando os locais Ikaika Kalama e Makua Rothman. Mesmo com o mar pouco empolgante, os finalistas descolaram boas manobras e até tubos.
Os havaianos levaram a melhor. Makua, conhecido pelo seu mau humor, festejou efusivamente seu primeiro título numa competição de surfe em 20 anos de carreira.
O vice-campeonato também foi motivo de festa para os brasileiros: "Este foi um excelente começo de Mundial, estamos muito felizes, tudo isso é prova de toda a nossa dedicação pelo esporte ao longo de anos", disse Eraldo. Já para Burle foi um incentivo para que eles lutem pelo título "com todas as forças".
As oito duplas mais bem classificadas na etapa estão garantidas nos dois próximos torneios do Mundial. Antes deles, porém, haverá seletiva em Maui, Havaí, o Gotta.Play Open, na qual outras oito duplas poderão assegurar vagas. A seletiva tem prazo até o dia 31 de março para rolar.
As etapas seguintes, com período de espera entre 1º de maio e 31 de julho, são o Red Bull El Gigante Viene, no México, e o Iquique International, no Chile. A organização convidará quatro duplas para completar as 20 participantes a cada prova. Agora é torcer para que nas provas latinas o gigante apareça.

MUNDIAL DE SURFE - WCT
Na próxima segunda, tem início o Mundial de surfe. Kelly Slater começa defendendo o título do Quiksilver Pro, na Gold Coast, Austrália. Neste ano, o Tour distribuirá US$ 3 milhões divididos em dez etapas. O veterano australiano Mark Occhilupo, 41, e o novato francês Jeremy Flores estão entre os 45 da elite.

SKATE PELO INTERIOR DE SP
O tetracampeão mundial Sandro Dias e outros ídolos do skate fazem tour a partir do dia 25 até 18 de março. Além de exibições e shows, haverá clínicas e busca de talentos.

SUPERSURF
Pela primeira vez desde a sua criação, em 2000, o circuito brasileiro profissional não passará pelo Nordeste. Serão cinco etapas, a primeira em abril, em Garopaba (SC), e a quinta e última na Barra, Rio.

sarli@trip.com.br


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