São Paulo, domingo, 22 de fevereiro de 2009

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JUCA KFOURI

O Brasil na Libertadores


Nos 4 primeiros jogos de times brasileiros no torneio continental, uma prévia das dificuldades pela frente

AS ESTREIAS brasileiras na Taça Libertadores da América deixaram um saldo positivo e uma óbvia preocupação: como sempre, não haverá facilidades pelo caminho até a reta final.
Em 12 pontos disputados, é verdade, os sete pontos ganhos não são nada desprezíveis.
Mas há que se ponderar que a vitória aparentemente mais fácil, a julgar apenas pelo placar, de fácil não teve nada, ao contrário.
Sim, porque os 3 a 0 impostos pelo Cruzeiro ao Estudiantes, no Mineirão, enganam quem não viu o jogo, marcado pela superioridade argentina até que o time mineiro, num pênalti no mínimo duvidoso, abrisse o marcador.
Aí Kléber já estava em campo para marcar dois gols em 15 minutos e ser expulso, pois sua cabeça quente não é a melhor conselheira para um torneio como a Libertadores, embora sua determinação e faro de gol pareçam feitos sob medida para tal.
Paradoxalmente, se a vitória em Belo Horizonte foi menos tranquilizadora do que aparentou, a derrota do Palmeiras para a LDU, em Quito, 3 a 2, foi menos preocupante do que poderia, porque o campeão paulista até fez para sair da altitude equatoriana com um empate, não fosse a imprudente escalação de Marcos, evidentemente sem ritmo, como já tinha ficado claro em sua atuação três dias antes, contra o Paulista, no Pacaembu.
O que deve preocupar os palmeirenses é a óbvia dureza do seu grupo, com este agradável Sport, que arrancou o resultado mais valioso de todos os brasileiros, ao derrotar o campeão chileno em sua casa, um 2 a 1 irretocável sobre o Colo Colo em noite de salto alto, talvez por subestimar o menos conhecido internacionalmente de nossos participantes no torneio continental.
O que deverá tornar ainda mais difícil não só o jogo do Palmeiras em Santiago contra um time local ferido como, ainda por cima, encheu de força o Sport para buscar seus nove planejados pontos na Ilha do Retiro.
E alguém duvida de que o rubro- -negro, campeão da Copa do Brasil, possa?
O Grêmio só estreia na quarta-feira, contra a Universidade do Chile, e deve se acautelar para não sofrer como sofreu outro tricolor, o São Paulo, no Morumbi, diante do Independiente de Medellín.
Eis que foi por muito pouco que o tricampeão brasileiro não amargou uma derrota, que seria por todos os títulos injusta. Do mesmo modo que o 1 a 1 não fez jus ao seu desempenho, se não brilhante, o melhor em 2009, com um sem número de oportunidades criadas, invariavelmente barradas pela ótima atuação do goleiro Bobadilla, em noite de gala e fortuna.
Mas, se o São Paulo deixou de ganhar dois pontos que eram dados como certos, fica o alerta para o que vem aí, neste futebol sul-americano povoado por Manso, da LDU, Martinez, do colombiano Independiente, Verón, jogadores como não temos em nossos times, que padecem da falta de armadores como o primeiro, de centroavantes como o segundo e de homens esquadras como o terceiro.
Enfim, melhor que a luz amarela se acenda na primeira rodada do que pelo meio da caminhada, quando poderia ser tarde.

blogdojuca@uol.com.br


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